quarta-feira, 4 de julho de 2007

Seleção dos escritos de Baha-u-llah

RESUMO DA SELEÇÃO DOS ESCRITOS DE BAHÁ'U'LLÁH
Se eu Te descrever, Ó meu Deus, como Aquele que a tudo percebe, vejo-me levado a admitir que Aqueles que são as mais altas personificações da percepção foram criados em virtude de Teu mando. E se Te elogiar como Aquele que é o Onisciente, sou forçado, outrossim, a reconhecer que os Mananciais da sabedoria foram, eles mesmos, gerados mediante a operação de Tua Vontade. E se eu Te proclamar o Incomparável, breve descubro que Aqueles que são a mais íntima essência da unidade foram enviados por Ti e são apenas evidências da obra de Tuas mãos. E, se Te aclamar como o Conhecedor de todas as coisas, devo confessar que Aqueles que são a Quinta-Essência do conhecimento são apenas a criação e os instrumentos de Teu Desígnio.
Não! Proíbe,


Ó meu Deus, tenha eu pronunciado tais palavras que devam, forçosamente, ter implicado a existência de alguma relação direta entre a Pena de Tua Revelação e a essência de todas as coisas criadas. Longe, longe, acima do conceito de tal relação, estão Aqueles relacionados a Ti! Nenhuma comparação ou semelhança faz jus à Árvore de Tua Revelação, e é vedado todo caminho que leva à compreensão do Manifestante de Teu Próprio Ser e do Alvorecer de Tua Beleza.
Longe, longe esteja de Tua glória o que o homem mortal possa de Ti afirmar ou a Ti atribuir, ou o louvor com que ele Te possa glorificar! Qualquer dever que Tu tenhas prescrito aos Teus servos para elogiarem no máximo Tua majestade e glória, não passa de um sinal de Tua graça a eles, para que possam ascender à posição concedida ao seu ser mais íntimo, à posição em que conheçam a si próprios.



III. A Revelação que, desde tempos imemoriais, é aclamada como o Desígnio e a Promessa de todos os Profetas de Deus e o mais acalentado Desejo de Seus Mensageiros, torna-se agora acessível aos homens, em virtude da predominante Vontade do Todo-Poderoso e a Seu mando irresistível. O advento de tal Revelação foi prenunciado em todas as Sagradas Escrituras. Vede como, não obstante esse prenúncio, a humanidade se desviou de seu caminho e se excluiu de sua glória.
IV. Este é o Dia em que os mais excelentes favores de Deus manaram sobre os homens, o Dia em que Sua graça suprema se infundiu em todas as coisas criadas. Todos os povos do mundo devem reconciliar suas diferenças e, em paz e união perfeitas, se abrigar à sombra da Árvore de Seu cuidado e Sua benevolência. É mister aderirem a tudo o que, neste Dia, lhes possa elevar a condição e promover os melhores interesses. Felizes aqueles de quem a Pena toda gloriosa se dignou lembrar, e bem-aventurados os homens cujos nomes, em virtude de Nosso inescrutável decreto, preferimos ocultar.
Implorai a Deus, Uno e Verdadeiro, que conceda a todos os homens a graça de serem ajudados a cumprir o que for aceitável a Nosso ver. Breve será a presente ordem posta de lado, e uma nova se estenderá em seu lugar. Deveras, teu Senhor diz a Verdade e é o Conhecedor das coisas invisíveis.
V. Este é o Dia em que o Oceano da misericórdia de Deus se manifestou aos homens, o Dia em que o Sol de Sua bondade sobre eles irradiou seu esplendor, o Dia em que as nuvens de Sua plena graça abrigaram todo o gênero humano. Agora é o tempo de alegrar e refrescar o deprimido com a brisa revigorante do amor e da associação fraternal, com as águas viventes da amizade e da benevolência.


VI. Vede como os diversos povos e raças da terra têm esperado a vinda do Prometido. Mal se manifestara Aquele que é o Sol da Verdade, quando, eis que d'Ele todos se afastaram, exceto aqueles a quem Deus se dignou guiar. Não ousamos, neste Dia, levantar o véu que oculta a elevada posição que cada crente verdadeiro pode atingir, pois o júbilo que tal revelação haveria de causar, poderia bem fazer com que alguns desfalecessem e viessem a morrer.
VII. Em verdade digo, este é o Dia em que a humanidade pode contemplar a Face do Prometido e Lhe ouvir a Voz. O Chamado de Deus ergueu-se e a luz de Seu Semblante resplandeceu sobre os homens. É dever de cada um apagar da tábua de seu coração o traço de toda palavra vã e, com a mente aberta e imparcial, fixar os olhos nos sinais de Sua Revelação, nas provas de Sua Missão e nas evidências de Sua glória.
Grande, em verdade, é este Dia! As alusões que lhe são feitas em todas as Sagradas Escrituras como o Dia de Deus atestam sua grandeza. A alma de todo Profeta de Deus, de todo Mensageiro Divino, estava sequiosa de atingir este Dia maravilhoso. Todos os vários povos da terra também ansiaram por alcançá-lo. Mal, porém, o Sol de Sua Revelação se manifestara no céu da Vontade de Deus, quando todos, salvo aqueles a quem o Todo-Poderoso se dignou guiar, foram encontrados atônitos e negligentes.
X. O tempo predestinado para os povos e as raças da terra é chegado agora. As promessas de Deus, como as registram as Sagradas Escrituras, foram todas cumpridas. De Sião procedeu a Lei de Deus, e Jerusalém e suas colinas e sua terra estão plenas da glória de Sua Revelação. Feliz o homem que pondera no coração o que tem sido revelado nos Livros de Deus, o Amparo no Perigo, O que subsiste por Si Próprio. Meditai sobre isto, ó vós, amados de Deus, e tornai vossos ouvidos atentos à Sua Palavra, para que, pela Sua graça e mercê, possais sorver até vos saciardes, das águas cristalinas da constância, e vos tornar tão firmes e inabaláveis como a montanha em Sua Causa.
XI. Toda glória a este Dia, o Dia em que as fragrâncias da misericórdia manaram sobre todas as coisas criadas, um Dia tão abençoado que os séculos passados, os tempos idos, não podem esperar jamais rivalizá-lo, Dia este em que o semblante do Ancião dos Dias se volveu para Seu assento sagrado. Então se fizeram ouvir as vozes de todas as coisas criadas e, além destas, as da Assembléia no alto, chamando em altas vozes: "Apressa-te, o Carmelo, pois eis que a luz do semblante de Deus, Aquele que rege o Reino dos Nomes e formou os céus, sobre ti se ergueu."
Reveladores da Luz eterna, têm aparecido desde os tempos de Moisés, enquanto Israel, envolto nos mais densos véus da fantasia satânica e das falsas idéias, ainda espera que o ídolo de sua própria inventiva apareça com os sinais criados por sua imaginação! Assim Deus o castigou pelos pecados, extinguindo-lhe o espírito da fé e atormentando-o com as chamas do fogo infernal. E isso não por outra causa senão porque Israel recusara compreender o significado das palavras reveladas na Bíblia relativas aos sinais da Revelação vindoura. Por jamais haver compreendido o verdadeiro significado, e vendo que tais acontecimentos, aparentemente, não se realizaram, esse povo privou-se da graça de reconhecer a beleza de Jesus e contemplar a Face de Deus.
Para os dotados de compreensão, está claro e manifesto que, quando o fogo do amor de Jesus consumiu os véus das limitações judaicas e Sua autoridade se tornou evidente e foi, em parte, obedecida, Ele, o Revelador da Beleza invisível, dirigindo-se um dia aos discípulos, fez referência ao Seu trespasse e, acendendo-lhes no coração a chama do pesar, disse: "Vou embora e venho outra vez a vós." E em outro lugar disse: "Vou e outro virá que vos há de dizer tudo o que Eu não vos disse e cumprirá tudo o que Eu disse." As duas declarações têm um só significado - se meditardes com percepção Divina sobre os Manifestantes da Unidade de Deus.
Quem examinar com discernimento, haverá de reconhecer que tanto o Livro como a Causa de Jesus foram confirmados na Era do Alcorão. Quanto aos nomes, o próprio Maomé declarou: "Eu sou Jesus." Ele reconheceu a verdade dos sinais, das profecias e palavras de Jesus, e testificou serem todos de Deus.

Quando a Essência Invisível, Eterna, Divina fez levantar-se sobre o horizonte do conhecimento o Sol de Maomé, figurou entre os sofismas que os sacerdotes judeus pronunciaram contra Ele, o seguinte: que após Moisés nenhum Profeta seria mandado por Deus. Na realidade, as Escrituras mencionaram uma Alma que se haveria de manifestar, que serviria a Fé e promoveria os interesses do povo de Moisés, para que a Lei da Era Mosaica pudesse cingir toda a terra. Assim o Rei da glória eterna se referiu, em Seu Livro, às palavras pronunciadas por aqueles que vagueavam no vale do afastamento e do erro: "Dizem os judeus - A mão de Deus está encadeada. - Encadeadas sejam suas próprias mãos! E por causa daquilo que disseram, foram amaldiçoados. Não, estendidas estão ambas as Suas mãos!" "A mão de Deus está acima de suas mãos." Embora os comentadores do Alcorão tenham relatado de maneiras diversas as circunstâncias que acompanharam a revelação deste versículo, deves esforçar-te, no entanto, por compreender seu intuito. Diz Ele: Como é falso aquilo que os judeus têm imaginado! Como pode a mão d'Aquele que, em verdade, é o Rei, que fez manifestar-se o semblante de Moisés e Lhe conferiu o manto de Profeta - como pode estar encadeada e agrilhoada a mão desse Ser? Como seria concebível que a Ele faltasse o poder de fazer surgir ainda outro Mensageiro após Moisés? Vê como é absurdo o que dizem; quanto sua afirmação se desviou do caminho do conhecimento e da compreensão! Observa tu como neste Dia, também, todas essas pessoas se têm ocupado com coisas igualmente tolas e absurdas. Há mais de mil anos recitam esse versículo e pronunciam sua censura contra os judeus, completamente inconscientes de que elas mesmas, de um modo aberto, bem como secreto, estão expressando os sentimentos e as crenças do povo judaico! Deves certamente conhecer seu vão argumento de que toda a Revelação terminou, tendo-se fechado os portais da misericórdia Divina, que se. Meu silêncio é por causa dos véus que tornaram cegos para Ti os olhos de Tuas criaturas, e minha mudez é devida aos obstáculos que têm impedido Teu povo de reconhecer Tua verdade. Tu sabes o que está em mim, mas eu não sei o que está em Ti. Tu és o Onisciente, a Suma Sabedoria. Por Teu Nome, que supera todos os demais nomes! Se Teu mando, que sobre tudo predomina e a tudo compele, alguma vez me atingisse, dar-me-ia o poder de ressuscitar as almas de todos os homens, através de Tua Palavra excelsa que ouvi pronunciada pela Tua língua de poder em Teu Reino de glória. Capacitar-me-ia para anunciar a revelação de Teu Semblante esplendoroso, através do qual o que jazia oculto dos olhos dos homens se tornou manifesto em Teu Nome, o Perspícuo, o soberano Protetor, O que subsiste por Si próprio.

Exultai, ó povo de Bahá, com o maior júbilo, aos vos lembrardes do Dia da felicidade suprema, o Dia em que a Língua do Ancião dos Dias falou, enquanto partia de Sua Casa e procedia ao Lugar do qual Ele irradiou sobre a criação inteira os esplendores de Seu nome, o Todo-Misericordioso. Deus é Nossa testemunha. Fossemos revelar os segredos ocultos desse Dia, todos os que habitam na terra e nos céus desmaiariam e viriam a falecer, salvo aqueles que serão preservados por Deus, o Todo-Poderoso, o Onisciente, a Suma Sabedoria.
Dize: Os céus dobraram-se e a terra está segura em Suas mãos; os malfeitores foram segurados pelo topete e ainda não compreendem. Bebem da água impura e não o sabem. Dize: Já se ergueu o brado e o povo saiu das sepulturas, levantando-se e olhando a seu redor. Alguns apressaram-se a atingir a corte do Deus de Misericórdia, outros caíram sobre suas faces no fogo do inferno, enquanto outros ainda se perdem em sua perplexidade. Os versículos de Deus foram revelados e, no entanto, deles se afastaram.

Dize: Há alguma dúvida a respeito de Deus? Vede como Ele desceu do céu de Sua graça, cingido de poder e investido de soberania. Há alguma dúvida sobre Seus sinais? Abri vossos olhos e considerai Sua evidência clara. O Paraíso está à vossa direita e foi trazido para perto de vós, enquanto o inferno se fez flamejar. Testemunhai sua chama devoradora. Apressai-vos a entrar no Paraíso, em sinal de Nossa misericórdia a vós, e sorvei, das mãos do Todo-Misericordioso, o Vinho que é a vida verdadeira.
Apreciai o sabor, ó povo de Bahá. Sois, em verdade, aqueles que serão felizes. É isto que os próximos de Deus atingiram. É esta a água fluente que vos foi prometida no Alcorão e, mais tarde, no Bayán, como uma recompensa concedida por vosso Senhor, o Deus de Misericórdia. Bem-aventurados os que a sorvem.
XXII. Os Portadores da Incumbência de Deus tornam-se manifestos aos povos da terra como os Expoentes de uma Causa nova e os Reveladores de uma nova Mensagem. Desde que estas Aves do Trono celestial são todas enviadas do céu da Vontade de Deus e todas se levantam para proclamar Sua Fé irresistível, por isso são consideradas uma só alma, uma mesmo pessoa. Pois todas sorvem de um só Cálice do amor de Deus e participam do fruto da mesma Árvore da Unidade.

Seguindo a luz da guia infalível e possuidora de soberania suprema, são incumbidas de usar a inspiração de Suas palavras, as emanações de Sua perene graça e a brisa santificadora de Sua Revelação para purificar todo coração ardente e espírito receptivo, livrando-os do pó das impurezas das ansiedades e limitações terrenas. Então, e somente então, Aquilo que Deus lhe confiou, latente na realidade do homem, emergirá, esplendoroso como o Orbe nascente da Revelação Divina, detrás do véu da ocultação, e implantará a insígnia de sua revelada glória sobre os ápices dos corações dos homens.
Qual emanação transbordante é comparável com o fluxo de Sua graça que a tudo abrange, e qual a bênção que possa exceder as evidências de tão grande e prevalecente mercê? Sem dúvida alguma, se por um só momento o fluxo de Sua misericórdia e graça lhe fosse retirado, o mundo pereceria completamente. Por esta razão, desde o começo que não tem começo, os portais da misericórdia Divina têm estado abertos de par em par à face de todas as coisas criadas, e as nuvens da Verdade continuarão, até o fim que não tem fim, a chover seus favores e graças sobre o solo da capacidade, realidade e personalidade humanas. Tal é o método contínuo de Deus, desde sempre para todo o sempre.
XXVIII. Bem-aventurado o homem que se levantar para servir Minha Causa e glorificar Meu belo Nome. Segura tu Meu Livro com o poder de Minha grandeza e adere tenazmente a qualquer mandamento que teu Senhor, Quem tudo ordena, o Onisciente, nele tenha prescrito. Vê, ó Muhammad, como os dizeres e as ações dos seguidores do Islã xiita ofuscaram o júbilo e favor de seus primeiros dias e deslustraram o prístino esplendor de sua luz.

Essas vestes com as quais o corpo e alma do homem foram adornados, são o próprio alicerce de seu bem-estar e desenvolvimento. Oh, como será abençoado o dia em que o homem, ajudado pela graça e poder do Deus Uno e Verdadeiro, se terá livrado da escravidão e corrupção do mundo e de tudo o que nele se acha, e atingido o verdadeiro e perene repouso à sombra da Árvore do Conhecimento!





A medida da revelação dos Profetas de Deus neste mundo, porém, tem de diferir. Cada um deles foi o Portador de uma Mensagem distinta, sendo incumbido de se revelar mediante atos específicos. É por esta razão que aparentemente sua grandeza varia. Sua Revelação é comparável à luz da lua que se irradia sobre a terra. Embora, cada vez que aparece, revele uma nova medida de seu brilho, jamais, no entanto, poderá seu inerente esplendor diminuir, nem sua luz sofrer extinção.
É claro e evidente, pois, que qualquer aparente variação na intensidade de sua luz não é inerente à própria luz, mas sim, deve ser atribuída à receptividade variável de um mundo que sempre muda. Cada Profeta que o Criador Todo-Poderoso e Incomparável se propôs a enviar aos povos da terra foi incumbido de uma Mensagem e instado a agir da maneira que melhor satisfizesse os requisitos da época de Seu aparecimento. O desígnio de Deus em mandar Seus Profetas aos homens é duplo. O primeiro é livrar da escuridão da ignorância os filhos dos homens, e guiá-los à luz da verdadeira compreensão. O segundo é assegurar a paz e tranqüilidade do gênero humano, provendo todos os meios pelos quais podem ser estabelecidas.
Verdadeiramente digo, tal é a grandeza desta Causa, que o pai foge de seu filho e o filho foge de seu pai. Recordai a história de Noé e Canaã. Permita Deus que, nestes dias de deleite celestial, não vos priveis dos doces sabores de Deus, o Todo-Glorioso, e que, nesta Primavera espiritual, possais participar dos eflúvios de Sua graça. Levantai-vos em nome d'Aquele que é Objeto de todo o conhecimento e, desprendendo-vos completamente da erudição dos homens, erguei vossas vozes e proclamai Sua Causa. Juro pelo Sol da Revelação Divina! No momento exato em que vos levantardes, testemunhareis como um fluxo de conhecimento Divino jorrará de vossos corações, e vereis as maravilhas de Sua sabedoria celestial manifesta em toda a sua glória diante de vós. Fosseis.


XLII. Ó Filho da Justiça! Ao anoitecer, a beleza do Ser imortal retirou-se das alturas esmeraldas da fidelidade, indo ao Sadratu'l-Muntahá, e chorou com tal pranto que a Assembléia no alto e os que habitam nos domínios do além gemeram por causa de Seu lamento. Com isso se perguntou: Por que os gemidos e prantos? E Ele deu resposta: Segundo Me fora ordenado, esperava Eu, cheio de expectativas, na colina da fidelidade, mas a fragrância da fidelidade não inalei daqueles que habitam na terra. Eu, então, chamado a regressar, olhei e eis que certas aves de santidade estavam sendo atormentadas nas garras dos cães terrenos. Com isso, a Donzela do Céu, resplandecente, sem véu, apressou-se a sair de Sua mansão mística e perguntou seus nomes, e todos foram ditos, menos um. E ao se insistir, a primeira letra deste foi pronunciada, quando, então, os habitantes dos aposentos celestiais se apressaram a sair de sua morada de glória. E enquanto se pronunciava a segunda letra, cada um prostrou-se sobre o pó. Nesse momento, uma voz, vindo do mais recôndito do santuário, se fez ouvir: "Até aí e não além." Em verdade, damos testemunho daquilo que fizeram e agora fazem.

LXVII. Ó Judeus! Se intentais novamente crucificar Jesus, o Espírito de Deus, a Mim deveis infligir a morte, pois em Minha pessoa Ele mais uma vez se manifestou a vós. Tratai-Me do modo que vos aprouver, pois votei oferecer Minha vida em holocausto no caminho de Deus. A ninguém temerei, embora os poderes da terra e do céu coliguem contra Mim.



Aquele Cuja beleza está agora manifesta - é o reflexo de Sua glória para todos os que estão no céu e na terra."
Dize: Ó povo do Bayán! Nós vos escolhemos do mundo para que reconhecesses e viésseis a conhecer Nosso Próprio Ser. Nós vos fizemos aproximar do lado direito do Paraíso - do Lugar donde o Fogo imorredouro exclama em múltiplos acentos: "Não há outro Deus senão Eu, o Onipotente, o Altíssimo!" Acautelai-vos para não vos deixardes ser excluídos, como se fosse por um véu deste Sol que brilha sobre a aurora da Vontade de vosso Senhor, o Todo-Misericordioso, cuja luz abrangeu tanto os humildes como os grandes. Purificai vossa vista, para que percebais sua glória com vossos próprios olhos e não dependais da vista de qualquer um, senão de vosso próprio ser, pois Deus jamais deu a alguma alma uma incumbência além de seu poder. Assim foi transmitido aos Profetas e Mensageiros da antiguidade e registrado em todas as Escrituras.
Não lamentes, ó Casa de Deus, se o véu de tua santidade for rompido pelos infiéis. Deus te adornou, no mundo da criação, com a jóia de Sua lembrança. Tal ornamento não poderá jamais ser profanado por homem algum. A ti os olhos de teu Senhor, sob todas as condições, haverão de continuar a dirigir-se. Ele, verdadeiramente, inclinará Seu ouvido à prece de cada um que te visita, que a teu redor se move e O invoca em teu nome. Ele, em verdade, é o Todo-Misericordioso.
Suplico-Te ó meu Deus - por esta Casa que sofreu tal transformação ao ser separada de Ti, que lastima seu afastamento de Tua Presença e lamenta Tua tribulação - perdoes a mim, meus pais, e parentes e àqueles de meus irmãos que em Ti têm acreditado. Permite que todas as minhas necessidades sejam satisfeitas, através de Tua generosidade, ó Tu que és o Rei dos Nomes. Tu és o Mais Generoso dos generosos, o Senhor de todos os mundos.
LIX. Todo observador imparcial admitirá prontamente que sempre, desde o alvorecer de Sua Revelação, este Injuriado convida toda a humanidade a volver a face à Aurora da Glória, e proíbe a corrupção, o ódio, a opressão e a maldade. E, no entanto, vede o que a mão do opressor perpetrou! Nenhuma pena ousa descrever sua tirania. Embora seja o desígnio d'Aquele que é a Verdade Eterna conferir a vida imortal a todos os homens e lhes garantir a segurança e a paz, vede, entretanto, como se levantaram para derramar o sangue de Seus bem-amados e sobre Ele pronunciaram a sentença de morte.
Os instigadores dessa opressão são aquelas mesmas pessoas que, embora tão insensatas, são reputadas por sábias das sábias. Tamanha é sua cegueira que, com severidade não dissimulada, relegaram a esta Prisão fortificada e aflitiva Aquele para os servos de Cujo Limiar o mundo foi criado. O Todo-Poderoso, porém, a despeito deles e dos que repudiaram a verdade deste "Grande Anúncio", transformou esta Casa de Prisão no Mais Excelso Paraíso, no Céu dos Céus.


Temos pronunciado, em tempos idos, estas palavras: Estende tuas saias, Ó Jerusalém! Ponderai isto em vossos corações, ó povo de Bahá, e rendei graças a vosso Senhor, o Expositor, o Mais Manifesto.
LXI. O mundo agoniza e sua agitação aumenta dia a dia, Sua face inclina-se para a desobediência e a descrença. Tal há de ser seu dilema que não seria apropriado ou conveniente revelá-lo agora. Sua perversidade continuará por muito tempo. E, quando chegar a hora marcada, aparecerá de súbito o que fará tremerem os membros do gênero humano. Então, somente então, será içado o Estandarte Divino e o Rouxinol do Paraíso cantará sua melodia.





LXVII. Apareceu nesta Revelação o que jamais aparecera antes. Quanto aos infiéis que testemunharam o que foi manifestado, murmuram e dizem: "Realmente, esse é um feiticeiro que planejou uma mentira contra Deus." São eles, em verdade, um povo proscrito.
LXXI. Não vos consterneis, ó povos do mundo, quando o sol de Minha Beleza se puser e o céu de Meu tabernáculo se ocultar de vossos olhos. Levantai-vos para promover Minha Causa e enaltecer Minha Palavra entre os homens. Estamos convosco em todos os tempos e vos fortaleceremos com o poder da verdade. Somos Nós, verdadeiramente, todo-poderoso. Quem Me tiver reconhecido, levantar-se-á e Me servirá com uma determinação tal que os poderes da terra e do céu não lhe poderão frustrar o propósito.
LXXII. Que vossos corações não se perturbem, ó povo, quando a glória de Minha Presença se retirar e o oceano de Minhas palavras se aquietar. Em Minha Presença entre vós há uma sabedoria e em Minha ausência há ainda outra, inescrutável para todos, menos para Deus, o Incomparável, o Onisciente. Verdadeiramente, Nós vos vemos de Nosso reino de glória e ajudaremos qualquer um que se levantar para o triunfo de Nossa Causa, com as hostes da Assembléia do alto e uma companhia de Nossos anjos favorecidos.




LXXIII. É claro e evidente que, quando tiverem sido rompidos os véus que ocultam as realidades das manifestações dos Nomes e Atributos de Deus, ainda mais, de todas as coisas criadas, visíveis ou invisíveis, nada permanecerá senão o Sinal de Deus - sinal este que Ele, Ele Próprio, pôs dentro dessas realidades. Esse sinal perdurará tanto tempo quanto for o desejo do Senhor teu Deus, o Senhor dos céus e da terra. Se são estas as bênçãos conferidas a todas as coisas criadas, quão superior há de ser o destino do verdadeiro crente, cuja existência e vida devem ser consideradas o propósito originador de toda a criação. Assim como o conceito da fé existe desde o princípio que não tem princípio e perdurará até o fim que não tem fim, do mesmo modo o verdadeiro crente haverá de viver e perdurar eternamente. Seu espírito para todo o sempre circulará em volta da Vontade de Deus. Ele durará tanto tempo quanto Deus Mesmo durar. Através da Revelação de Deus, ele se revela e a Seu mando se oculta. Torna-se evidente que as mais sublimes mansões no Reino da Imortalidade foram ordenadas como a morada daqueles que verdadeiramente acreditam em Deus e em Seus sinais. A morte jamais poderá invadir aquele sagrado assento. Assim confiamos Nós a ti os sinais de teu Senhor, para que perseveres em teu amor por Ele e sejas dos que compreendem esta verdade. LXXIV. Cada palavra que procede dos lábios de Deus é dotada de tal potência que pode instilar nova vida em todo corpo humano - se sois dos que compreendem esta verdade. Todas as maravilhosas obras que vedes neste mundo foram manifestadas mediante a operação de Sua suprema e excelsa Vontade, Seu Desígnio maravilhoso e inflexível. Com a simples revelação da palavra "Formador" efluindo de Seus lábios e proclamando Seu atributo ao gênero humano, tal força emana, que pode gerar, através de sucessivas eras, todas as múltiplas artes que as mãos do homem, podem produzir. Isto, deveras, é uma verdade certa. Mal se pronuncia esta palavra resplandecente, quando suas energias animadoras, agitando-se dentro de todas as coisas criadas, dão origem aos meios e instrumentos, pelos quais essas artes podem ser produzidas e aperfeiçoadas. Todas as admiráveis realizações que ora testemunhais são as conseqüências diretas da Revelação deste Nome. Nos dias vindouros, contemplareis, verdadeiramente, coisas das quais jamais soubestes. Assim foi decretado nas Epístolas de Deus, e ninguém pode compreender isto, salvo aqueles cuja vista é aguçada. Outrossim, no momento em que manar de Meus lábios a palavra que exprima Meu atributo "O Onisciente", toda coisa criada, segundo sua capacidade e suas limitações, será investida do poder de desenvolver o conhecimento das mais maravilhosas ciências e será capacitada a manifestá-las no decorrer do tempo, a mando d'Aquele que é o Todo-Poderoso, o Conhecedor de tudo. Sabe tu com certeza que a Revelação de todos os outros Nomes é acompanhada de uma manifestação semelhante do poder Divino. Cada uma das letras que procede dos lábios de Deus é, em verdade, uma letra-mãe, toda palavra proferida por Aquele que é o Manancial da Revelação Divina é uma palavra-mãe e Sua Epístola é uma Epístola-Mãe. Bem-aventurados os que apreendem esta verdade.