Planeta Caos

Após polêmica, gays e evangélicos se encontram em protesto na Paraíba

(22/06/07)
Após uma semana de polêmica envolvendo uma entidade de evangélicos paraibana e associações gays, os grupos se encontraram nesta sexta-feira em uma praça de Campina Grande (130 km de João Pessoa).A manifestação contrária ao homossexualismo organizada pela Vinacc (Visão Nacional para a Consciência Cristã) e o Projeto Jonas, suspensa por determinação judicial, acabou ocorrendo, mas gays apareceram e protestaram também.

A campanha das entidades evangélicas, lançada no último dia 15, que terminou no ato de hoje, é contrária ao homossexualismo como "padrão normal e natural" e ao projeto de lei que tramita no Senado e que equipara a homofobia ao racismo. No texto de lançamento da campanha, a Vinacc afirma que a aprovação do projeto transformará o país em uma "ditadura gay".Segundo a Polícia Militar, foram cem manifestantes de cada lado.

Os evangélicos chegaram primeiro, por volta das 9h e ocuparam a Praça da Bandeira, no centro de Campina Grande. Alguns usavam uma mordaça na boca para simbolizar o que chamam de "falta de liberdade de expressão".Depois, chegaram os representantes dos movimentos homossexuais do Estado, que ficaram no entorno da praça.Os dois grupos estavam com carros de som.

Um queria abafar o discurso do outro.De acordo com o comandante da Polícia Militar no município, coronel Francisco Castro, que acompanhou as manifestações, os gays levaram faixas que pregavam o amor livre e "trajavam roupas exóticas".

Os protestos terminaram por volta das 11h, quando um oficial de Justiça apareceu com a notificação judicial proibindo a manifestação dos evangélicos.De acordo com a Vinacc, eles só receberam a decisão da 1ª Vara Cível de Campina Grande, de quarta-feira, durante o ato. A 1ª Vara fechou às 13h ontem e a reportagem não encontrou ninguém que justificasse a suposta demora da notificação.Hoje, a Vinacc afirmou ter terminado de retirar os dez outdoors espalhados pela cidade paraibana com a expressão "homossexualismo" em letras vermelhas e a frase atribuída à Bíblia "E fez Deus homem e mulher e viu que era bom".

A entidade também publicou nota na internet sobre o cumprimento da decisão judicial.No texto, os evangélicos afirmam que apenas "exerceram o direito de manifestação de pensamento".
http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2007/06/22/ult4733u1226.jhtm