SEU DINHEIRO VAI ACABARSE ALGUÉM VIRAR VOCÊ DE CABEÇA PARA BAIXO E SACUDIR, NÃO CAI NEMUMA MOEDINHA? FIQUE CONTENTE: VOCÊ É UM HOMEM ADIANTE DE SEU TEMPO!A GENTE EXPLICA ESSA HISTÓRIA
PAGANDO COM CONCHASVivemos a maior revolução nesse sentido em mais de 3 mil anos. O fim do dinheiro significa o final da era de notas e moedas e também do velho cheque, que os brasileiros usam até para pagar gorjeta.
O dinheiro está ficando invisível, volátil, não palpável. Está se digitalizando, como tudo mais em nossas vidas. E com a digitalização vem a praticidade.
Não tem mais cabimento ficar numa cabine de caixa automática, apavorado com a possibilidade de um assalto, esperando que uma máquina leia nossas senhas e nos devolva o que já nos pertence. Ou quebrar o pau com um motorista de táxi por falta de troco. Isso tudo está mudando. E, no geral, para muito melhor.
Os homens já mediram valor das coisas por meio de conchas coloridas. Depois passaram a usar os chamados metais preciosos, especialmente ouro, prata e cobre. Agora imagine-se como um conde austríaco do século 18 levando algumas barras de ouro no baú da carruagem para um banco em Viena. Quem são aqueles homens mascarados lá na frente?
A solução foi criar documentos que diziam: “O proprietário deste documento tem o equivalente a 4 libras e meia de ouro depositado no banco”. Ficava bem mais fácil de transportar e de esconder. Foi assim basicamente que nasceu o papelmoeda, como o certificado de uma propriedade em metais.
O dólar americano, por exemplo, nasceu valendo exatamente “23,22 gramas de ouro puro”. Essa história de dinheiro equivaler a uma quantidade de ouro só foi acabar com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Depois da Segunda Guerra (1939-1945), o sistema monetário foi todo remodelado. Mas a grande revolução começaria mais ou menos em 1995.
O PAPEL-MOEDA SOMEA questão: quem precisa de um maço de notas na carteira?Elas acabam. Elas atraem ladrões. Elas se perdem.Elas precisam de troco. Elas estragam. Elas rasgam.Elas acumulam germes e bactérias. Elas dão na vista.Elas não têm volta. Perdeu, perdeu. Tchau. Bye.
O dinheiro eletrônico nasceu basicamente na década de 1950 com os bons e velhos cartões de crédito. Não eram ainda digitais, mas já eram de plástico. Cabiam no bolso da camisa. Representaram uma grande mudança. E continuaram evoluindo e facilitando o comércio internacional.
O cartão de crédito levou ao cartão de débito. E começou a chegar um momento em que você gasta mais vezes passando um cartão num terminal do que puxando notas da carteira. Os cartões de débito prepararam a maior parte da população para o próximo passo.
Nessa fase, que está acontecendo agora, o papel-moeda some. O importante é seu crédito, o que você tem para gastar. Se você está empregado, com toda certeza o seu salário é um número que você visualiza num monitor, sem nenhum tipo de contato físico. (As pessoas já enfrentaram imensas filas de banco para receber seus salários.) Se você anda de ônibus ou metrô, aproxima um cartão magnético de um leitor e está debitado. Sim, o proletariado brasileiro já aderiu ao dinheiro digital e faz tempo. O formato do dinheiro, enfim, não importa mais. E ele tem se vestido cada vez mais como um aparelhinho que quase todos nós possuimos.