Autor: Gene K. Smith
O Humanismo
O conceito secular moderno (humanista) da verdade é relativo, isto é, não existem absolutos! O homem está no centro de todas as coisas e é a medida de todas as coisas. Entretanto, a pessoa mediana, ou o cristão mediano, não percebe que essa conclusão está baseada na pressuposição e na crença filosófica que não existe um Deus infinito e pessoal e que o homem pode determinar a verdade dentro de si mesmo. Essa é a visão filosófica grega-alexandrina de 2.000 anos, produzida gradualmente pela infusão do humanismo secular em todo o tecido da nossa sociedade ao longo dos últimos oito séculos. O humanismo secular é simplesmente o produto do gnosticismo/platonismo pagão grego, que vê a mente do homem como o centro da realidade, em vez de Deus, ou o mundo criado (o universo) em que o homem habita.
O problema é que os gnósticos e os humanistas não podem saber o que é a realidade ou a verdade, porque o homem não tem como determinar a verdade. Somente Deus conhece o que é a verdade (João 17:17). A visão cristã da realidade é que Deus criou o homem à sua imagem com cinco sentidos que percebem o mundo real como ele realmente é porque Deus não engana (Números 23:19; 19:1; 1 Samuel 15:29; Tito 1:2; Hebreus 6:18; 1 João 2:21). O humanista ateísta ou agnóstico fica sem ter como saber o que seus cinco sentidos lhe dizem sobre a realidade do mundo em que ele habita. O positivismo é uma filosofia morta. Não há como o humanista poder explicar o amor, a beleza, ou a música, ou atribuir qualquer significado à vida ou à experiência. O homem é somente uma máquina biológica. Isso é o que leva ao desespero do humanismo e de todas as suas derivações (drogas, suicídio, hedonismo, etc.).
O cristão precisa compreender a cosmovisão humanista pela qual Satanás engana o mundo e como essa cosmovisão difere da visão de Deus. (Efésios 2:2) Satanás sabe que para apresentar seu plano ao mundo, precisa cativar a mente humana e influenciar aquilo que o homem acredita ser verdade. A Bíblia ensina que aquilo que pensamos determina aquilo que somos. (Provérbios 23:7; 27:19) Como encaramos a vida (nossa cosmovisão) determina como vivemos nossa vida. Como o homem encara a verdade também determina como ele vive e como interpreta a Bíblia. Se controlar o conceito de verdade de uma pessoa, você controla essa pessoa!
A teologia moderna não fornece respostas para o problema espiritual da separação do homem de Deus. Ela lida somente com as experiências sociais e políticas (existenciais), não com as questões espirituais e eternas. Os teólogos modernos não podem falar sobre questões espirituais universais "do andar de cima" porque não existe racionalidade ou categorias para elas na área dos [pressupostos] "universais" ou "eternos". Assim sendo, eles não ensinam os cristãos a como serem cheios do Espírito Santo, como lidarem com os demônios, ou como lidarem com a velha natureza pecaminosa.
A teologia moderna não vê diferença entre a igreja e o mundo, ao contrário do que diz João 15:15; 15:18-19; 1 João 2:15. A ênfase está em particularidades ("o andar de baixo") - a prática de atos religiosos, por exemplo, o evangelho social, "seguir a Jesus", psicologia popular, etc., que fornecem experiências existenciais que dão algum tipo de significado à vida (mas que não podem ser discutidas). Os cristãos precisam compreender a diferença. Não há ênfase na salvação pessoal ou em um relacionamento pessoal com Deus, pois isso é irrelevante. A Nova Teologia não nega ativamente as verdades do cristianismo ortodoxo ou conservador, como o nascimento virginal, a divindade de Cristo, a veracidade da Bíblia, o pecado, a existência do inferno, etc. Em vez disso, ela simplesmente coloca essas questões no "andar de cima" bifurcado, onde elas não podem ser discutidas ou definidas racionalmente.
Os humanistas modernos e os aderentes da Nova Era vêem a verdade como algo que não pode ser definido em palavras, mas que pode ser somente experimentado na mente e nas emoções. Isso segue o neo-platonismo e o ocultismo com sua tese da superioridade das emoções e da intuição em oposição à razão e à lógica. Portanto, a Nova Teologia enfatiza mais a adoração pública do que a doutrina bíblica. Essa atitude também é demonstrada em muitos círculos cristãos hoje na interpretação da Bíblia.
Satanás tem procurado influenciar os cristãos desde o início da igreja. A técnica básica dele é o engano, que somente pode ser bem sucedido se não conhecermos a verdade. O homem não pode determinar a verdade por si mesmo. O único modo de o homem saber o que é verdade é Deus dizer a ele o que é a verdade em termos proposicionais! (Essa é a única epistemologia razoável - veja A Morte da Razão e O Deus Que Se Revela na bibliografia.) Portanto, a única fonte confiável de verdade é a Palavra de Deus. (João 1:17; 17:17) Crescemos em uma cultura humanista e somos moldados por esse ponto de vista. O modo como interpretamos a Bíblia determina o que percebemos que Deus está dizendo. Isso também é uma escolha! Podemos compreender as palavras como verdade proposicional em seu contexto gramático, cultural e histórico divinamente revelado ao homem, ou podemos torná-las vazias de qualquer conteúdo doutrinário ou alegorizá-las para que signifiquem qualquer coisa que quisermos que elas signifiquem. A Bíblia deve determinar nossa visão do mundo em vez de o mundo determinar nossa visão da Bíblia.
Lembre-se das palavras de Paulo em 2 Coríntios 11:13-15:
"Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras."
Hoje, o mantra humanista universal é: "Acredite em si mesmo." A cosmovisão humanista é centrada no próprio homem, não em Deus. A Nova Teologia é derivada do humanismo. A visão dela do evangelho e do cristianismo é centrada no homem, não em Deus. A salvação da humanidade está baseada nos esforços do próprio homem. Isso leva a auto-adoração, o que prepara o mundo para a adoração a Satanás. O adoradores de si mesmos poderão então ser facilmente levados à adoração a Lúcifer, o "iluminador". Infelizmente, muitos cristãos estão muito presos no sistema mundano e em seu ponto de vista, o que afeta o conceito deles da verdade e como eles interpretam a realidade e as Escrituras.
A decisão mais importante que toda pessoa faz é colocar Deus no centro, ou então ser centrada em si mesma. Isso determinará se a pessoa quer ter um relacionamento pessoal com o Deus Pessoal e Infinito, ou não. De um modo geral, as igrejas e as escolas cristãs falharam em ensinar os cristãos como viver a vida cristã e a adequadamente preparar os jovens cristãos a compreenderem a diferença de ponto de vista de modo a lidar com um mundo humanista "pós-cristão". Elas falharam em advertir os cristãos sobre o humanismo e a neo-ortodoxia e suas ideologias, de modo que os cristãos são enganados facilmente. Os pastores neo-ortodoxos podem facilmente insinuar-se para uma igreja evangélica sem que o humanismo que existe em sua ideologia seja reconhecido. Os cristãos deixam de reconhecer que Satanás é bem sucedido em conseguir usar a igreja para seus próprios propósitos e enganações.A maioria dos cristãos realmente não quer falar sobre as questões 'negativas' ou sobre Satanás. A maioria prefere acreditar na visão modernista pós-milenista que o mundo está se tornando cada vez melhor até que todo o mundo se converterá ao cristianismo. O homem, por seus próprios esforços, eliminará o mal, a pobreza, as guerras, etc. e dará início ao Reino, após o que Cristo retornará.
Entretanto, houve mais guerras, sofrimentos e perseguições no século XX do que no século XIX, de modo que não é possível defender racionalmente o pós-milenismo. Mas a Palavra imutável de Deus apresenta um cenário diferente