quinta-feira, 10 de maio de 2007

A loucura do dólar

Mike Whitney

"De todas as manigâncias da espécie humana destinadas a trapacear as classes trabalhadoras, nada tem sido mais eficaz do que iludi-las com dinheiro de papel". – Daniel Webste

Seremos realmente tão estúpidos?
O que é que as pessoas não entendem acerca do défice comercial? Isto não é ciência de ponta. O Défice de Transacções Correntes é superior a US$ 800 mil milhões por ano. Isto significa que estamos a gastar mais do que estamos a fabricar e a canibalizar o dólar neste processo. Actualmente, precisamos de mais de US$ 2 mil milhões por dia de investimento estrangeiro só para impedir as rodas saiam da carroça.
Toda a gente concorda em que os actuais desequilíbrios comerciais são insustentáveis e provavelmente irão disparar grandes rupturas económicas que nos empurrarão para uma recessão global. Ainda assim, Washington e o Fed resistem teimosamente a qualquer mudança de política que possa reduzir o sobre-consumo ou reverter as tendências actuais.
Isto é loucura.
A classe dos investidores ama o grandes défice porque eles proporcionam crédito barato para as pródigas isenções fiscais de Bush e a guerra. A reciclagem de dólares em Títulos do Tesouro americano e em obrigações (securities) baseadas no dólar é um caminho perfeito para cobrir despesas governamentais e impelir o mercado de acções com dinheiro estrangeiro. É uma situação sempre vencedora para as elites políticas e a Wall Street. Para o resto de nós é uma perda total.
O défice comercial impõe pressão baixista sobre o dólar e actua como um imposto encoberto. De facto, é isto o que ele é — um imposto! Todos os dias cresce o défice, mais dinheiro é roubado das pensões de reforma e das poupanças de toda a vida dos americanos da classe trabalhadora. Trata-se de uma bomba de inflação obscurecida pela retórica suave dos "mercados livre" e da desregulação.
Considere isto: Em 2002 o euro estava a US$ 0,87 por dólar. Na sexta-feira passada (06/Abril/2007) fechou a US$ 1,34 — algo melhor do que o ganho de 50% do euro em apenas quatro anos. Isto também é verdade para o ouro. Em Abril de 2000 o ouro era vendido a US$ 279 por onça. Na sexta-feira passada, no encerramento do mercado disparou para US$ 679,50 — mais do que o dobro do preço.
O ouro não está a subir, ele é simplesmente uma fita métrica do valor evanescente do dólar. A realidade é que o dólar está a ser armazenado com grande êxito, e o principal culpado é o aprofundamento do défice comercial.

A demolição do dólar não é acidental. Ela é parte de um plano para comutar riqueza de uma classe para outra e concentrar poder político nas mãos de uma elite dominante permanente. Não há nada de particularmente novo acerca disto e Bush & Greenspan nada esconderam o que estavam a fazer. A expansão maciça do governo federal, as isenções fiscais sem fundos, as baixas taxas de juro e os aumentos agudos na oferta monetária foram todas medidas executadas à plena vista do povo americano. Nada foi escondido. Nem a administração nem o Fed parecem importar-se em que nós saibamos ou não aquilo que estamos a ser ludibriados — é apenas o nosso duro destino. Com o que eles se importam é com os US$ 3 milhões de milhões (trillions) de riqueza que foram transferidos de escravos assalariados e pensionistas para plutocratas salivantes como Greenspan e seu amigo Bush.

Estas políticas tiveram um efeito devastador sobre o dólar, o qual tem estado a afundar desde que Bush tomou posse em 2000. Agora que as compras estrangeiras da dívida americana estão a acabar, o papel moeda verdade pode mergulhar para profundidades ainda maiores. Não há realmente qualquer meio de saber quão fundo o dólar cairá.
Isto colocá-nos diante de encruzilhadas. Estamos tão absolutamente dependentes da "caridade de estranhos" (investimento estrangeiro) que um piscar de 9% no mercado de acções chinês (ou mesmo uma subida de 0,25 pontos no yen) remete Wall Street para uma espiral baixista. Quando o mercado habitacional continua desatado, o mercado de acções (que está carregado com dívida hipotecárias colaterizadas) naturalmente cai e o investimento em Títulos do Tesouro e obrigações americanas secará. Será o dia do juízo final para a nota verde o momento em que os bancos centrais de todo o planeta tentarão descarregar as suas pilhas de dólares em troca de ouro ou divisas estrangeiras.
E
Este dia parece estar a aproximar-se rapidamente quando as três economias motoras estão super aquecidas e precisam elevar taxas de juro para conter a inflação. Isto tornará todos os seus títulos e divisas mas atraentes para o investimento estrangeiro, divergindo muito do crédito necessário dos mercados americanos.
Pode simplesmente Imaginar o efeito sobre o já trôpego mercado habitacional se as taxas de juro fossem subitamente escaladas para cima a fim de manter o fluxo de capital estrangeiro?
O Banco Central Europeu (BCE), o Japão e a China estão a cooperar num esforço para "gradualmente" deflacionar o dólar enquanto minimizam os seus efeitos sobre a economia mundial. De facto, a China esperou mesmo que os mercados encerrassem na Sexta-feira Santa para anunciar outro aumento na taxa de juro. Evidentemente, os chineses estão a tentar evitar uma repetição na Wall Street do banho de sangue de 400 pontos de 4 de Fevereiro último.
O Japão também tenta manter uma tampa sobre as taxas de juro (e permitir que o défice comercial continue) apesar de a propriedade comercial em Tóquio estar "ao rubro" e passível de atear um ruinoso ciclo de especulação.
Mas por quanto tempo estas economias em ascensão podem evitar os aumentos de taxas de juro que são necessários para domar a inflação nos seus próprios países? O problema, naturalmente, está em que ao combater a inflação internamente elas dispararão a inflação nos EUA. Por outras palavras, ao fortalecer suas próprias divisas elas enfraquecem o dólar — é inevitável.
É obrigatório cortar gastos de consumo nos EUA, o que repercutirá através de toda a economia global.
Os problemas apresentados pela queda do dólar não podem ser resolvidos pela micro-administração ou com pregações morais. Na verdade, não há mais possibilidade de uma "aterragem suave" ("soft landing") para o dólar, nem tão pouco para o super-inchado mercado imobiliário. A bolha económica de Greenspan está destinada ao desastre e não há grande coisa que alguém possa fazer para diminuir o dano. Quando os preços das habitações caírem e os proprietários não forem mais capazes de cumprir seus compromissos, os gastos dos consumidores amortecerão, a economia encolherá e o Fed será forçado a baixas as taxas de juro.
Infelizmente, quando chegar este ponto o rebaixamento das taxas já não será suficiente. As taxas de juro precisam pelo menos seis meses para terem influência e, nessa altura, o forte rufar dos tambores, com os arrestos e os preços cadentes do imobiliário, terão arruinado o público de toda uma "classe de activos" durante anos. Muitos verão as poupanças das suas vidas gotejarem para longe, mês a mês, enquanto os preços continuam a mergulhar e a sua situação líquida (equity) a esvanecer-se no éter. Estas são as vítimas reais da fraude de Greenspan com as baixas taxas de juro.
O Federal Reserve está plenamente consciente do dano que infligiu com o seu mau trabalho nas taxas de juro. Numa declaração de 2006 o Fed reconheceu mesmo que sabia que milhões de milhões (trillions) de dólares em especulação estavam a ser canalizados para o mercado imobiliário.
"Tal como os preços de outros activos, os preços das casas são influenciados pelas taxas de juro, e em alguns países o mercado habitacional é um canal chave da política de transmissão monetária".
"Transmissão monetária" realmente?!? Triliões de dólares em hipotecas foram emitidos para pessoas que não têm possibilidade de pagá-las. Foi uma fraude desavergonhada. Ainda assim, a política persistiu numa tentativa desesperada de impedir a economia americana de entrar em colapso numa recessão. O resultado desta política enganosa foi "a maior bolha de situação líquida da história", a qual agora ameaça a solvência económica da América.
O escritor Benjamin Wallace comentou as actividades do Fed num artigo na Atlantic Monthly: "Lá vai a vizinhança: por que os preços das casas estão prestes a mergulhar" — e a levar a recuperação consigo.
"Vamos assumir por um momento que bastantes pessoas cometam tolices, e o boom do refinanciamento estenda-se por mais um ano. E daí? O problema real chega. Porque se pensa que Greenspan é cauteloso acerca do refinanciamento, a verdade é que ele está realmente a evitar falar daquilo que está no âmago de uma enorme bolha imobiliária, numa escala jamais vista desde a Depressão. Pior, o inflacionado mercado habitacional agora está numa posição historicamente única, como motor do resto da economia. Dentro de um ano ou dois é provável que aquela bolha estoure, e quando isso acontecer ela pode muito bem deitar abaixo a economia americana".
Ou isto de Robert Shiller em seu Irrational Exuberance :
"As pessoas em grande parte do mundo ainda estão super-confiantes em que o mercado de acções, e em muitos lugares o mercado imobiliário, comportar-se-ão muito bem, e esta super-confiança pode conduzir à instabilidade. Novos ascensões significativas nestes mercados poderiam, finalmente, conduzir a declínios ainda mais significativos. As más consequências poderiam ser que os declínios resultassem num aumento substancial das taxas de bancarrotas pessoais, as quais conduziriam também a uma cadeia secundária de bancarrotas de instituições financeiras. Uma outra consequência a longo prazo poderia ser um declínio na confiança do consumir e dos negócios, e ainda outra uma possível recessão à escala mundial".
Se não for tratado adequadamente, o colapso habitacional poderia resultar em outra Grande Depressão. A América já não tem a capacidade (manufactureira) para abrir o seu caminho para fora de uma recessão profunda. Enquanto o Fed estava a despejar US$ 11 milhões de milhões no mercado imobiliário através de empréstimos com baixas taxas de juro, o sector manufactureiro americano estava a ser descartado pela China e pela Índia em nome da globalização. Sem investimento de capital e produção fabril acrescida, a recuperação económica será difícil se não impossível. A chamada "recuperação" (rebound) da recessão de 2001 foi devida a taxas de juro artificialmente baixas e ao créditos fácil que inflacionou o mercado habitacional. Isto nada tem a ver com aumentos na produtividade, exportações, ou liquidação de dívidas antigas. Por outras palavras, a "recuperação" não foi criação de riqueza real mas simplesmente expansão do crédito. Há um vasto abismo entre "produtividade" e "consumo", embora pareça que Greenspan nunca apreendeu a diferença.
Um centavo emprestado não é o mesmo que um centavo ganho, embora ambos possam causar um ligeiro sobressalto no PIB. A atitude de Greenspan foi correctamente resumida por Addison Wiggin em The Daily Reckoning, que disse: "Medir o PIB através do consumo alimentado por dívidas é realmente apenas medir a taxa pela qual a América está destinada à falência".
Bingo.
A maior exportação da América é a sua divisa fiduciária, a qual os estrangeiros estão cada vez mais hesitantes em aceitar.
Será que se pode culpá-los?
Eles começaram a compreender que não temos qualquer meio de repagá-los e que "a boa fé e o crédito" dos Estados Unidos é tão confiável quanto o plano de pensões 401-K administrado por Ken Lay. [1]
A fragilidade da economia americana ficará mais aparente à medida que a bolha imobiliária de Greenspan continuar a perder ar e os gastos dos consumidores continuarem baixos. Como notámos anteriormente, as retiradas sobre a situação líquida de habitações estão a secar o que tornará mais lento e desencorajará o investimento estrangeiro. O colapso (meltdown) nos empréstimos subprime [2] atraiu mais atenção para as manobras dos bancos e prestamistas de hipotecas e muitas pessoas estão a ter um entendimento mais claro do papel do Federal Reserve na criação desta bolha monstruosa numa economia fracassada.
Os 10% ou 20% de aumentos anuais no valor das propriedades são sem precedentes. Eles são "bolha pura" e nada têm a ver com aumentos em salários, procura, produtividade, investimento de capital ou PIB. Foi tudo "espuma" gerada pelo maior Mestre da Espuma do mundo, Alan Greenspan.
Como observa Addison Wiggin, "Há apenas uma fonte real de riqueza: um ambiente saudável e competitivo que envolva a permuta de bens a par do controle sobre os gastos deficitários".
As elites no Federal Reserve e na administração Bush pilotaram-nos para longe desta rota "testada e verdadeira" e colocaram-nos no caminho da dívida e da catástrofe. Não será fácil restaurar nossa base manufactureira e competir outra vez no mercado aberto, mas isto deve ser feito. Economias fortes exigem que o seu povo produza coisas que outros povos querem. Isto é um truísmo fundamental que foi perdido nos fumos e espelhos das peripécias de Greenspan no Fed.
Lamentavelmente, provavelmente enfrentaremos maus tempos económicos por décadas na qual o dólar enfraquecerá, as acções cairão, o PIB encolherá e os padrões de vida tradicionais declinarão.
As linhas de tendência no mercado imobiliário provavelmente serão o inverso daquelas que têm sido nos últimos 10 anos. Isto afectará dramaticamente os gastos do consumidor (70% do PIB) e imporá uma pressão adicional sobre o dólar.
O dólar já está em grande perturbação — a única coisa que o mantém a flutuar é a compra estrangeira da dívida americana por credores que não querem ser deixados na posse de milhões de milhões em papel sem valor (a dívida americana é o maior activo único do Japão!). Estes "influxos líquidos" criaram uma falsa procura pelo dólar, a qual inevitavelmente dissipar-se-á quando os bancos centrais continuarem a diversificar [as suas reservas].
Na semana passada o FMI emitiu uma advertência de que haveria um declínio "substancial" no dólar a fim de trazer o défice comercial a níveis sustentáveis. Esta, naturalmente, é a intenção do Fed e da Equipe Bush: reduzir a carga da dívida deflacionando a divisa. É uma ideia louca. Ninguém destrói o poder de compra da sua divisa para liquidar suas dívidas. Isto apenas ilustra a precipitação das pessoas responsáveis.
Em 20 de Março de 2007 também o governador do Banco Central da China, Zhou Xiaochuan, anunciou que "a China não acumulará mais reservas estrangeiras e cortará uma pequena quantidade das reservas actuais para a formulação de uma nova agência de divisas". A declaração de Zhou é uma martelada no dólar. Os EUA precisam aproximadamente US$ 70 mil milhões por mês de investimento estrangeiro para cobrir o seu défice comercial corrente. A China é um dos maiores compradores da dívida americana. Se a China diversificar, então o dólar cairá e as réplicas do terramoto propagar-se-ão através dos mercados de todo o mundo.
Os chineses são muito cuidadosos na forma de exprimir suas declarações económicas. É por isso que deveríamos considerar seriamente os comentários de Zhou. Três semanas atrás ele emitiu uma declaração igualmente agourenta ao dizer: "a China diversificará em outras reservas estrangeira o seu milhão de milhão (US$1 trillion) de dólares, a maior do mundo, em diferentes divisas e instrumentos de investimento, incluindo mercados emergentes" (Reuters).
Isto deveria ter sido uma bandeira vermelha para correctores de divisas, mas os media enterraram a estória e os mercados obedientemente encolheram os ombros. A verdade é que o nosso relacionamento com os chineses está a mudar muito rapidamente e os dias de crédito barato e de um dólar de "alto voo" estão a chegar ao fim.
Setenta por cento das reservas de divisas da China são em dólares americanos.
O efeito da "diversificação" será devastador para a economia americana. Ela aumenta a probabilidade da hiper-inflação no mesmo momento em que o mercado imobiliário está no mais profundo declínio dos últimos 80 anos. Quando a crise da divisa surge em simultâneo com crises económicas, os problemas são muito mais difíceis de resolver.
O dia do juízo final para a nota verde
É impossível prever totalmente os efeitos da queda do dólar. O dólar é uma divisa diferente de qualquer outra e é a pedra angular do poder político, económico e militar da América. Como divisa de reserva aceite internacionalmente, permite à Federal Reserve controlar o sistema económico global através da criação de crédito a partir "do ar" e utilizar certificados monetários na compra de valiosos bens manufacturados e recursos. Isto um corpo de não eleito de banqueiros privados na responsabilidade de estabelecer taxas de juros que afectam directamente todo o mundo.
O Iraque provou que os militares americanos não podem mais impor a hegemonia do dólar através da força das armas. Novas alianças estão a formar-se que reperfilarão a paisagem geopolítica e assinalarão a emergência de um mundo multi-polar. O declínio modelo da super-potência pode ser atribuído directamente à denominação em divisas estrangeiras de recursos vitais e mercadorias. A América está simplesmente a perder o seu domínio sobre as fontes de energia sobre as quais dependem todas as economias industriais. O Iraque é o ponto extremo para a dominância global da América.
Quando bancos centrais estrangeiros abandonarem a nota verde o actual sistema desmanchar-se-á e o modelo "unitário de ordem mundial terminará abruptamente.
Isto pode ser uma experiência penosa para os americanos, que indubitavelmente experimentarão uma queda aguda nos padrões de vida actuais. Mas isto também proporciona uma oportunidade para dispensar o Federal Reserve e devolver o controle da divisa do país aos legítimos representantes do povo no Congresso dos EUA. [3]
Este é primeiro passo para a remoção da cabala de correctores em ambos os partidos políticos que representam unicamente estreitas ambições de interesses privados.
A Guerra ao Terror é um truque de relações públicas destinado a disfarçar a utilização de operações militares e encobertas para assegurar recursos minguantes e manter a supremacia do dólar. É fútil tentar controlar a ascensão da China, Índia, Rússia e outros países do mundo em desenvolvimento e ao mesmo tempo preservar a autoridade das elites brancas ocidentais.
O fortalecimento do euro anuncia competição crescente para o dólar e uma decadência constante da influência da América por todo o mundo. Isto deveria ser encarado como um desenvolvimento positivo. Maior paridade entre divisas sugere maior equilíbrio entre os estados – portanto, mais democracia. Mais uma vez, o modelo da super-potência apenas aumentou o terrorismo, o militarismo, a violação dos direitos humanos e a guerra. Por qualquer padrão objectivo, Washington tem sido um fraco gerente da segurança global.
A queda do dólar também sugere uma crescente reviravolta política interna provocada pelas dificuldades económicas. Deveríamos saudar isto. A América precisa refazer-se a si própria para retomar seus princípios originais de liberdade pessoal, liberdades civis e justiça social — rejeitar a demagogia e o belicismo do regime Bush a fim de restabelecer nossa crença no habeas corpus, na presunção de inocência e na regra da lei. O mais importante é que precisamos recuperar nossa honra.
Grandes alterações estão a aproximar-se em relação ao dólar, é apenas uma questão de saber se nos atolaremos em recriminações pessimismo ou iremos utilizá-las a fim de criar uma nova visão da América e restaurar os princípios do governo republicano. É o que se nos depara.