segunda-feira, 30 de abril de 2007

A cidadania Mundial da ONU

A Cidadania MundialUma Ética Global Para O Desenvolvemento Sustentável
No espírito da Agenda 21, como um "programa dinâmico" destinado a "evoluir ao longo do tempo à luz das necessidades e circunstâncias em constantetransformação"1 a Comunidade Internacional Bahá’í oferece a seguinte proposta: As campanhas de educação e conscientização recomendadas na Agenda 21 deveriam cultivar o conceito de CIDADANIA MUNDIAL para assim inspirar os povos do mundo a promoverem o desenvolvimento sustentável.

A Visão Da Cidadania Mundial

O maior desafio que a comunidade mundial enfrenta na mobilização para implementar a Agenda 21 é o de liberar os enormes recursos financeiros, técnicos, humanos e morais necessários ao desenvolvimento sustentável. Tais recursos somente serão liberados na medida em que os povos do mundo desenvolvam um profundo senso de responsabilidade pelo destino do planeta e pelo bem-estar da inteira família humana.
Este senso de responsabilidade somente poderá emergir da aceitação da unidade da humanidade, e somente será sustentado por uma visão unificadora de uma sociedade mundial pacífica e próspera. Sem esse tipo de ética global, as pessoas não poderão se tornar participantes ativos e construtivos no processo mundial de desenvolvimento sustentável. 2
Ainda que a Agenda 21 forneça um arcabouço indispensável de conhecimento científico e "know-how" técnico para a implementação do desenvolvimento sustentável, ela não inspira um compromisso pessoal a uma ética global. Isso não significa que a ética e os valores tenham sido desconsiderados durante o processo da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (UNCED). A chamada por valores unificadores foi levantada durante todo aquele processo, por Chefes de Estado, oficiais da ONU, representantes de organizações não- governamentais (ONG’s) e cidadãos individuais. Em particular, os conceitos de "nossa humanidade comum", "cidadania mundial" e "unidade na diversidade" foram invocados para servirem como o sustento ético para a Agenda 21 e a Declaração do Rio.3
Assim, a comunidade mundial já chegou a um acordo básico sobre a necessidade de uma ética global para vitalizar a Agenda 21. Sugerimos que a expressão, cidadania mundial, seja adotada para englobar o conjunto dos princípios, valores, atitudes e comportamentos que os povos do mundo devem adotar para a realização do desenvolvimento sustentável.
A cidadania mundial começa com a aceitação da unidade da família humana e a interconexão das nações da "Terra, nosso lar".4 Ao mesmo tempo que incentiva um patriotismo são e legítimo, ela insiste também numa lealdade mais ampla, um amor à humanidade como um todo. Não implica, entretanto, no abandono de lealdades legítimas, na supressão da diversidade cultural, na abolição da autonomia nacional ou na imposição da uniformidade. Ela é caracterizada pela "unidade na diversidade". A cidadania mundial engloba os princípios de justiça social e econômica, entre as nações e dentro das mesmas; a tomada de decisões de maneira cooperativa em todos os níveis da sociedade; a igualdade dos sexos; a harmonia racial, étnica, nacional e religiosa; e, a disposição de sacrificar-se pelo bem comum. Outras facetas da cidadania mundial- todas as quais promovem a honra e a dignidade humanas, a compreensão, a amizade, a cooperação, a confiabilidade, a compaixão e o desejo de servir -podem ser deduzidas daquelas já mencionadas. Alguns destes princípios 5 têm sido articulados na Agenda 21; entretanto, a maioria chama a atenção pela sua ausência. Outrossim, não foi fornecido nenhum arcabouço conceitual sob o qual eles pudessem ser harmonizados e promulgados.
Fomentar a cidadania mundial é uma estratégia prática para promover o desenvolvimento sustentável. Enquanto a desunião, o antagonismo e o provincialismo caracterizarem as relações sociais, políticas e econômicas dentro e entre as nações, um padrão global e sustentável de desenvolvimento não poderá ser estabelecido.6
Há mais de um século, Bahá’u’lláh advertiu, "O bem-estar da humanidade, sua paz e segurança, são inatingíveis, a não ser e até que se estabeleça firmemente sua unidade". Uma sociedade global sustentável somente poderá ser construída sobre o alicerce de unidade, harmonia e compreensão genuínas entre os diversos povos e nações do mundo.
Portanto, recomendamos que a cidadania mundial seja ensinada em todas as escolas e que a unidade da humanidade – oprincípio que fundamenta a cidadania mundial - seja constantemente declarado em cada nação.
O conceito de cidadania mundial não é novo para a comunidade mundial. Ele está implícito e explícito em muitos documentos, cartas e acordos da ONU, inclusive nas primeiras palavras da própria Carta da ONU: "Nós, os povos das Nações Unidas...", e já está sendo promovido ao redor do mundo em todas as culturas por diversas ONG’s, acadêmicos, grupos de cidadãos, artistas, programas educativos e pela mídia. Tais esforços são significativos, mas precisam ser largamente ampliados. Uma campanha de longo prazo, cuidadosamente planejada e orquestrada, e envolvendo todos os setores da sociedade em nível local, nacional e internacional, precisa ser iniciada para fomentar a cidadania mundial. A mesma deve ser prosseguida com todo o vigor, coragem moral e convicção que as Nações Unidas, seus Estados membros e todos os parceiros que estiverem dispostos a colaborar, possam reunir.
A Promoção Da Cidadania Mundial
A seguinte proposta de uma campanha para promover a cidadania mundia 7 cabe naturalmente dentro do arcabouço para a reorientação da educação, conscientização e capacitação visando o desenvolvimento sustentável, conforme apresentado no Capitulo 36 da Agenda 21.
A Educação
A educação - formal, não-formal e informal - é, sem dúvida, a maneira mais eficaz de moldar os valores, atitudes, comportamentos e habilidades que capacitarão os povos do mundo a agirem de acordo com os interesses de longo prazo do planeta e da humanidade como um todo.8 As Nações Unidas, os governos e as agências educacionais deveriam procurar tomar o princípio da cidadania mundial parte integrante da educação de cada criança.
Os detalhes dos programs e atividades educativas incorporando tal princípio irão variar muito entre as nações e dentro das mesmas. Entretanto, para que a cidadania mundial seja considerada um principio universal, todos os programas deverão ter certos aspectos em comum. Baseados no princípio da unidade da raça humana, eles deveriam cultivar a tolerância e a fraternidade, fomentando uma apreciação pela riqueza e importância dos diversos sistemas culturais, religiosos e sociais do mundo e fortalecendo aquelas tradições que contribuem para uma civilização mundial sustentável. Eles deveriam ensinar o princípio da "unidade na diversidade" como a chave para o poder e a riqueza, tanto para as nações quanto para a comunidade mundial. Deveriam fomentar uma ética de serviço ao bem comum e incutir uma compreensão dos direitos e responsabilidades da cidadania mundial. Tais programas e atividades deveriam partir dos esforços positivos do país e realçar seus sucessos tangíveis, incluindo modelos de unidade racial, religiosa, nacional e étnica. Deveriam enfatizar a importância da ONU na promoção de cooperação e compreensão globais; suas metas, objetivos e programas universais; sua relevância imediata aos povos e nações do mundo; e o papel que ela deve continuamente assumir em nosso mundo cada vez mais interconectado.
Antes que seja iniciada uma campanha para promover a cidadania mundial, será preciso desenvolver uma compreensão comum do conceito e alcançar um consenso sobre o mesmo. A Comissão para o Desenvolvimento Sustentável poderia formar um comitê especial ou grupo de trabalho para começar a desenvolver diretrizes para a cidadania mundial e propostas para a incorporação deste princípio nos programas existentes de educação formal c não-formal. Alternativamente, a Comissão poderia buscar a ajuda do Conselho Assessor de Alto Nível para o Desenvolvimento Sustentável ou o Comitê Inter-Agência sobre o Desenvolvimento Sustentável. O Secretariado da ONU poderia estabelecer um Centro para a Cidadania Mundial, semelhante ao antigo Centro de Estudos da Paz, para desenvolver tais diretrizes e coordenar a implementação em todo o sistema da educação para a cidadania mundial. Qualquer que seja o caminho escolhido-, esta tarefa terá que receber alta prioridade.
A cidadania mundial poderia facilmente ser incorporada em todas as atividades sugeridas no Capitulo 36. S. da Agenda 21, para reorientar a educação na direção do desenvolvimento sustentável. Alguns exemplos são ilustrativos:
As assessorias nacionais /mesas redondas (36.5.c) deveriam facilitar a incorporação da cidadania mundial nos programas educacionais dentro do país.

- Os programas de treinamento e aperfeiçoamento para todos os professores, administradores, planejadores educacionais e educadores não-formais (36.5.d) deveriam incluir o princípio da cidadania mundial nas suas programações.
Os materiais educativos sobre o desenvolvimento sustentável produzidos pelas agências da ONU, bem como os materiais educativos sobre as Nações Unidas, deveriam incentivar a cidadania mundial (36.5.g).

- A Agenda 21 recomenda "o desenvolvimento de uma rede internacional" para apoiar os esforços globais de educação para o desenvolvimento sustentável (36.5.k). Tal rede poderia incentivar as agências das Nações Unidas e ONG’s afiliadas a criarem materiais baseados nas diretrizes para a cidadania mundial e providenciarem os meios de compartilhá-los.
- Os governos e as autoridades educacionais já foram instados a "eliminar os estereótipos baseados em gênero nos currículos", como um meio de promover o desenvolvimento sustentável (36.5.m). Recomendamos que, dentro do espírito de cidadania mundial, os estereótipos baseados em religião, cultura, raça, classe, nacionalidade e etnicidade sejam também eliminados.
A Conscientização Do Público
As pessoas precisam considerar-se cidadãos do mundo entender sua responsabilidade de promoverem o desenvolvimento sustentável.9 As campanhas de conscientização dos desafios da cidadania mundial devem aproveitar toda a mídia e as artes, inclusive a televisão, vídeo, cinema, rádio, redes eletrônicas, livros, revistas, cartazes, panfletos, teatro c música. Tais campanhas deveriam envolver as indústrias de publicidade e entretenimento, os meios tradicionais e não tradicionais de comunicação, o sistema inteiro das Nações Unidas, todos os Estados membros, as ONG’s e personalidades populares. Elas deveriam alcançar o lar, o local de trabalho, as áreas públicas e as escolas. As diretrizes para a cidadania mundial cujo estabelecimento foi recomendado acima devem ser adequadas para uso em tais campanhas de conscientização, e devem servir como a referência básica para toda a programação para a mídia.
A cidadania mundial poderia ser incluída nas atividades apresentadas no Capítulo 36.10. da Agenda 21, para aumentar a consciência e a sensibilidade do público em relação ao desenvolvimento sustentável. Os seguintes exemplos são ilustrativos:

Conselhos assessores nacionais e internacionais (36.10.a) poderiam incentivar os diversos meios de comunicação a adotarem as diretrizes para a cidadania mundial. A mídia tem feito muito para conscientizar o público sobre a interdependência global e os enormes desafios que a comunidade mundial enfrenta. Tem, também, realçado as diferenças aparentemente insuperáveis que nos dividem.
A mídia tem a responsabilidade de ajudar as pessoas a entenderem que a diversidade não precisa ser uma fonte de conflito; antes, a diversidade pode, e agora deve, servir como um recurso para o desenvolvimento sustentável. A mídia poderá alcançar esta meta, focalizando os empreendimentos construtivos, unificadores e cooperativos que comprovam a capacidade da humanidade de trabalhar junto para vencer os enormes desafios que ela enfrenta.
Ao promover "um relacionamento cooperativo com a mídia" (36.10.e), a ONU deve corajosamente definir sua própria identidade e a promessa que ela oferece à comunidade mundial. A Organização das Nações Unidas foi estabelecida com elevados ideais e uma visão de um mundo pacífico e progressivo. Fornecendo um arcabouço para a comunicação e a cooperação e iniciando inúmeros projetos construtivos, ela tem contribuído significativamente para a compreensão, esperança e boa vontade no mundo. Contudo, suas realizações são pouco conhecidas pela humanidade em geral.
Usando o conceito de cidadania mundial como tema integrador, as Nações Unidas deveriam divulgar seus ideais, atividades e metas, para que as pessoas venham a entender o papel único e vital que a ONU desempenha no mundo e, portanto, nas suas vidas. Semelhantemente, a ONU deveria promover a cidadania mundial em todas as suas atividades públicas, inclusive nas comemorações do quinquagésimo aniversário das Nações Unidas e nos passeios pela Sede da ONU. Cada documento da ONU que trata do desenvolvimento sustentável, a começar pelo preâmbulo da proposta Carta da Terra, deveria também incluir esse principio. A cidadania mundial deve-se tomar o ponto de referência ético mais importante em todas as atividades da ONU.
Os serviços da indústria de publicidade (36.10.e) devem ser recrutados para a promoção da cidadania mundial.Campanhas poderiam ser organizadas ao redor de temas tais como:

Nós, os Povos das Nações Unidas:
Celebrando a Unidade na Diversidade
Um Planeta, Um só Povo
Em Toda Nossa Diversidade,Nós Somos uma só Família Humana
Nosso Futuro Comum:A Unidade na Diversidade
Concursos deveriam ser realizados e prêmios concedidos pela promoção da cidadania mundial (36.10.e).
Enquanto conscientiza o público "sobre os impactos da violência na sociedade" (36.10.1), a mídia pode gerar um compromisso para com a cidadania mundial, realçando exemplos de empreendimentos construtivos e unificadores que mostram o poder da unidade e de uma visão comum.
Cada país deveria ser encorajado a alocar recursos para a promoção da cidadania mundial. Também deve-se considerar incluir nos propostos "indicadores do desenvolvimento sustentável" (40.6.) a promoção deste princípio. Por exemplo, os países poderiam ser incentivados a relatarem os esforços para promover o respeito e a apreciação das outras culturas, a igualdade dos sexos e o conceito de uma única família humana, através dos currículos escolares, do entretenimento e da mídia.
O Desafio Da Cidadania Mundial
Em conclusão, a cidadania mundial é um conceito tão desafiador e dinâmico quanto as oportunidades que a comunidade mundial enfrenta. A sabedoria exige que nós, os povos e nações do mundo, corajosamente adotemos seus princípios subjacentes e nos guiemos por eles em todos os aspectos das nossas vidas - nas nossas relações pessoais e comunitárias e nos assuntos nacionais e internacionais; nas nossas escolas, locais de trabalho e mídia e nas nossas instituições jurídicas, sociais e políticas. Nós, portanto, instamos a Comissão a encorajar o sistema inteiro das Nações Unidas a incorporar o princípio da cidadania mundial em todos seus programas e atividades.
A Comunidade Internacional Bahá’í, que há mais de um século vem promovendo a cidadania mundial, aceitaria de bom grado ajudar a Comissão, os Governos, as ONG’s e outros a ampliarem os conceitos contidos neste documento; fornecer modelos práticos de unidade racial, religiosa, nacional e étnica para o desenvolvimento sustentável; e participar de consultas sobre esta questão crucial. Como uma comunidade global que abarca a diversidade da humanidade e compartilha uma visão comum, a Comunidade Internacional Bahá’í continuará a promover o desenvolvimento sustentável, encorajando as pessoas a se considerarem cidadãos de um só mundo e construtores de uma civilização mundial justa e próspera.
NOTAS
(1) Agenda 21, Capítulo 1.6.
(2) Um dos temas mais frequentemente repetidos da Agenda 21 é a importância vital da "ampla participação pública na tomada de decisões"; "comprometimento e envolvimento genuíno de todos os grupos sociais"; "verdadeira parceria social"; e "novos níveis de cooperação entre Estados, setores chaves da sociedade e pessoas".
(3) A chamada por uma ética global foi levantada muitas vezes durante o processo da UNCED, especialmente na Cúpula da Terra e no Fórum Global, por Chefes de Estado, oficiais da ONU e Representantes das ONG’s; através de documentos oficiais da UNCED, tratados de ONG’s, oficinas de trabalho, livros e apresentações artísticas.Os seguintes exemplos são apenas alguns dos muitos:
- Os discursos na Cúpula da Terra pelo Presidente do Brasil; o Presidente da França; o Primeiro Ministro da Irlanda; o Primeiro Ministro do Japão; o Presidente da República das Ilhas Marshall; o Presidente dos Estados Unidos Mexicanos; o Príncipe do Reino do Marrocos; o Primeiro Ministro do Reino dos Países Baixos; o Primeiro Ministro da Turquia; o Primeiro Ministro de Tuvalu; o Secretário de Estado da Santa Sé e o Secretário Geral da UNCED;
- Tratados de ONG’s preparados no Fórum Global, inclusive O Tratado dos Jovens; A Carta da Terra; A Declaração do Rio de janeiro; A Declaração do Poro da Terra; O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global e O Tratado de Compromissos Éticos;
- Atividades do Fórum Global, inclusive a Série Noturna no Parque, refletindo "a diversidade cultural da Família Humana" e o Monumento à Paz, cuja inscrição reza, "A Terra é um só país, e os seres humanos seus cidadãos";
- Declarações e publicações de governos, agências da ONU e ONG’s para as diversas Sessões Preparatórias e outros eventos relacionados à UNCED, inclusive O Código Universal de Conduta Ambiental (Simpósio ONG/Mídia, outubro de 1990); Em Nossas Mãos. As Mulheres e as Crianças Primeiro (Relatório do Simpósio UNCED/UNICEF/FNUAP, maio de 1991); A Carta da Terra (Rede de cidadãos dos EUA sobre UNCED, julho de 1991); Comunidade de uma Única Terra (O Grupo de Trabalho das Comunidades Religiosas sobre UNCED, agosto de 1991); Cuidando da Terra (IUCN/PNUMA/WWF,outubro de 1991); Uma Carta da Terra (Comitê Internacional de Coordenação sobre a Religião e a Terra, 199 1); Agenda Ta Wananchi (Raízes do Futuro, dezembro de 1991); Uma Ética Ambiental ou Carta da Terra (PNUMA - Comitê Nacional do Reino Unido, fevereiro de 1992); Princípios sobre Direitos e Obrigações Gerais (documento da Assembléia Geral A/CONF.151/PC/ WG.III/L.28,9 março 1992); Carta da Terra, Japão (Fórum dos Povos, Japão, 1992); Carta para o Conserto da Terra (Fundação para o Conserto da Terra, 1992);e NossoPaís, O Planeta (Sir Shridath Ramphal, 1992).
(4) Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Preâmbulo.
(5) Ver, por exemplo, A Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Princípios 5, 8, 20, 25; e Agenda 21, Capítulos 1, 2, 3, 23, 24 e 36.
(6) Ver A Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, Princípio 25.
(7) Dentro do contexto da cidadania mundial, este programa deve ser "executado pelos vários agentes conforme as diferentes situações, capacidades e prioridades dos países e regiões" (Agenda 21, Capítulo 1.6.).
(8) A Agenda 21, Capítulo 36.3., afirma que "A educação... deveria ser reconhecida como um processo pelo qual os seres humanos e as sociedades podem alcançar seu mais alto potencial. A educação é fator crítico na promoção do desenvolvimento sustentável e na capacitação das pessoas para lidarem com questões de meio ambiente e desenvolvimento.... Tanto a educação não-forrnal quanto formal são indispensáveis para a mudança das atitudes das pessoas.... Outrossim, é de fundamental importância na formação de uma consciência, valores e atitudes ecológicas que sejam coerentes com o desenvolvimento sustentável e adequados para a participação efetiva do público na tomada de decisões. Para ser eficaz,... a educação... deveria tratar da dinâmica do meio ambiente físico/biológico e do meio sócio-econômico, assim como do desenvolvimento humano (incluindo, o espiritual)".
(9) A Agenda 21, Capítulo 36.9., chama a atenção à importância de se promover "ampla conscientização pública, como parte essencial de um esforço global de educação para fortalecer as atitudes, valores e ações que forem compatíveis com o desenvolvimento sustentável".
Referência:

Conceito de diversidade da ONU

A diversidade é um conceito amplo, com aplicação em diferentes campos do conhecimento humano, entre os quais:

no campo do Pensamento humano, a diversidade filosófica e a diversidade de opiniões ou pontos de vista sobre certo assunto;

no campo da Antropologia Cultural, a diversidade de hábitos, costumes, comportamentos, crenças e valores, e a aceitação da diferença no outro (chamada de alteridade);

no campo da Cultura propriamente dita, tratada no âmbito da Política Internacional, da
Diplomacia ou da Economia, a manifestação da diversidade por meio do Multiculturalismo;

no campo da Sexologia, a diversidade de manifestações sexuais, ou simplesmente "diversidade sexual";

nos campos da Biologia e do Meio-Ambiente, a diversidade biológica ou biodiversidade;

no campo da Lógica, a diversidade de soluções para um mesmo problema, usando ferramentas como a criatividade e a originalidade;

no campo da Psicologia, as idéias de heterogeneidade e de singularidade;

no campo do Direito, a diversidade de decisões judiciais sobre um mesmo assunto; e no Direito
comparado internacional, a diversidade de legislações sobre um mesmo tema;

no campo da Publicidade e da Propaganda, a difusão do discurso pró-diversidade

domingo, 29 de abril de 2007

A onu e a globalização

Em síntese: O autor se refere à globalização como a entende a Organização das Nações Unidas: seria a criação de um Super-Estado com um Super-Governo com suas leis e seus Ministérios próprios, com sua Polícia apta a chamar a uma Corte judicial qualquer nação que não acate as leis da globalização. Tais leis dependeriam unicamente dos votos dos respectivos legisladores, e careceriam de qualquer fundamento mais profundo, como seria a lei natural (que é universal, imutável e perene); assim no mundo globalizado poderiam tornar-se legítimos o aborto, o casamento gay, a eutanásia e outras práticas condenadas pela lei natural. A globalização assim concebida fere também o princípio de subsidiariedade, segundo o qual uma sociedade ou uma instância mais elevada não deve sufocar sociedades ou instâncias inferiores. A Igreja Católica tem-se pronunciado contrariamente a tal modelo de estrutura da população mundial.

Trocas e interdependência

Os termos mundialização e globalização são hoje em dia parte do vocabulário corrente. Em um plano bastante geral, os dois termos são, por assim dizer, intercambiáveis. Significam que, em escala mundial, as trocas multiplicaram-se e que esta multiplicação deu-se rapidamente. Este é o caso evidente nos setores científicos, técnicos e culturais. Essa multiplicação de trocas tornou-se possível graças a sistemas de comunicação mais e mais eficazes e, na maioria das vezes, instantâneos.

Ainda nesse primeiro sentido corrente, os termos mundialização e globalização, evocam a interdependência das sociedades humanas. Uma crise econômica nos EUA; decisões da OPEP sobre o preço do petróleo; as tensões entre palestinos e israelenses -para citar apenas alguns exemplos- tem repercussões de caráter mundial. Somos envolvidos, interpelados e mesmo afetados por catástrofes que se passam longe de nós; sentimos nossa responsabilidade diante da fome e da doença em toda parte no mundo.

As próprias religiões dialogam intensamente. No interior mesmo da Igreja católica, as comunicações se intensificaram.

Adquirimos assim uma aguda consciência de pertencermos à comunidade humana. Nesse primeiro sentido, habitual, falamos de uma integração. Na linguagem comum diz-se que "as distâncias não contam mais"; que "as viagens aproximam os homens"; que "o mundo tornou-se uma aldeia".

O mundo tende a uma maior unidade; em princípio não devemos senão nos alegrar. Além disso, é normal que, para atingir esse fim, torne-se necessário considerar novas estruturas políticas e económicas, capazes de responder a essas novas necessidades. Mas isso não pode ser a qualquer preço ou em quaisquer condições.1


Unificação política, integração econômica

De alguns anos para cá, o sentido das palavras mundialização e globalização, tornou-se um pouco mais preciso. Por mundialização, entende-se agora a tendência que leva à organização de um governo mundial único. A tônica é portanto colocada sobre a dimensão política da unificação do mundo. Em sua forma atual, tal tendência foi desenvolvida por diversas correntes estudadas pelos internacionalistas2. No‚ âmbito desta comunicação, bastará citar dois exemplos. O primeiro modelo remonta ao final dos anos 60 e da autoria de Zbigniev Brzezinski3. Segundo esse modelo, os USA devem assumir a liderança mundial, reformular seu tradicional messianismo. Devem organizar as sociedades políticas particulares, levando em conta uma tipologia que classifica tais sociedades em três categorias, segundo seu grau de desenvolvimento. A mundialização define-se aqui a partir de uma projeto hegemônico com objectivo de porte: impor a Pax americana ou mergulhar no caos.
Ao final dos anos 80 surge um outro projeto mundialista, do qual Willy Brandt é um dos principais artesãos. O Norte (desenvolvido) e o Sul (em desenvolvimento) necessitam um do outro; seus interesses são recíprocos. É urgente tomar iniciativas internacionais novas para superar o abismo que os separa. Tais iniciativas devem ser tomadas no plano político; devem prioritariamente incidir sobre o sistema monetário, o desarmamento, a fome. Segundo o "programa de sobrevivência" do relatório Brandt, será preciso criar "um mecanismo de vigilância de alto nível" que teria por principal missão tornar a ONU mais eficaz, assim como consolidar o consenso que a caracteriza4. A concepção de mundialização que aparece aqui não se vincula de maneira alguma a um projeto hegemônico. Situa-se na tradição do internacionalismo socialista. Sem dúvida, não se chega a recomendar a supressão dos Estados, mas, a soberania destes deverá ser limitada e colocada sob controle de um poder mundial, se quisermos garantir a sobrevivência da humanidade.

Ao mesmo tempo em que o termo mundialização adquiria uma conotação sobretudo política, a palavra globalização adquiria, esta, uma conotação sobretudo económica. A multiplicação das trocas, a melhoria das comunicações internacionais estimulam a falar de uma integração dos agentes econômicos mundiais. As diferentes actividades econômicas seriam divididas entre os diferentes Estados ou regiões: o trabalho seria dividido. A uns caberia, por exemplo, as tarefas de extração; a outros aquelas de transformação; a outros ainda caberiam as tarefas de produção tecnológica, de coordenação mundial, de decisão. Essa visão da globalização é de inspiração francamente liberal. Com uma certa ressalva porém: ainda que seja preconizada, de maneira ampla, a livre circulação de bens e capitais, o mesmo não se dá quanto a livre circulação de pessoas.5


Globalização e holismo

Nos documentos recentes da ONU, o tema da globalização surge com mais frequência que o da mundialização, sem contudo entrarem esses temas em concorrência

A ONU incorpora as concepções correntes que acabamos de lembrar. Contudo, aproveita-se da onda favorável que oferece a atual concepção da globalização para submeter essa palavra a uma alteração semântica. A globalização vem sendo reinterpretada à luz de uma nova visão do mundo e do lugar homem no mundo. Essa nova visão tem por nome holismo. Essa palavra, de origem grega, significa que o mundo constitui um todo, dotado de mais realidade e mais valor que as partes que o compõe. Nesse todo, a surgimento do homem, não é senão um avatar da evolução da matéria. O homem não tem realidade senão em razão de sua inerência à matéria e, pela morte, retornará definitivamente à matéria. O destino do homem é ser votado à morte, é inelutavelmente desaparecer na Mãe-Terra, de onde nasceu.

O grande todo, chamemo-lo assim para simplificar, a Mãe-Terra, ou Gaia, transcende portanto o homem. Este deve curvar-se aos imperativos da ecologia, às conveniências da Natureza. O homem deve não somente aceitar não mais emergir do mundo ambiente; deve também aceitar não ser mais o centro do mundo. Segundo essa leitura, a lei "natural" não é mais aquela inscrita em sua inteligência e no seu coração; é a lei implacável e violenta que a Natureza impõe ao homem. A vulgata ecológica apresenta-o mesmo como um predador, e como toda população de predadores, a população humana deve, como se diz, ser contida dentro dos limites do desenvolvimento sustentável. O homem, portanto, deve não somente aceitar sacrificar-se hoje aos imperativos da Mãe Gaia, como também aceitar sacrificar-se aos imperativos dos tempos vindouros.

A Carta da Terra

A ONU está em processo de montar um documento muito importante sistematizando essa interpretação holística da globalização. Trata-se da Carta da Terra, da qual inúmeros rascunhos já forma divulgados e cuja redação se encontra em fase final. Esse documento seria invocado não apenas para superar a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, como, segundo alguns, deveria suplantar o próprio Decálogo.

Vejamos, a título de exemplo, alguns extratos dessa Carta:
"Nos encontramos em um momento crítico da história da Terra, o momento de escolher seu destino... Devemos nos unir para fundar uma sociedade global durável, fundada no respeito à natureza, aos direitos humanos universais, à justiça econômica e à cultura da paz...
A humanidade é parte de um vasto universo evolutivo... O meio ambiente global, com seus recursos finitos, é uma preocupação comum a todos os povos. A proteção da vitalidade, da diversidade e da beleza da Terra é um dever sagrado...
Um aumento sem precedentes da população humana sobrecarregou os sistemas econômicos e sociais...
Eis nossa escolha: formarmos uma sociedade global para cuidarmos da Terra e cuidarmos uns dos outros ou nos expormos aos risco de nos destruir a nós mesmos e destruir a diversidade da vida...
Precisamos com urgência de uma visão compartilhada a respeito dos valores de base que ofereçam um fundamento ético à comunidade mundial emergente..."


As religiões e o globalismo

Para consolidar essa visão holística do globalismo, alguns obstáculos devem ser aplainados e instrumentos elaborados.

As religiões em geral, e em primeiro lugar a religião católica, figuram entre os obstáculos que se devem neutralizar. Foi com esse objectivo que se organizou, no quadro das celebrações do Milénio em setembro de 2000, a Cúpula de líderes espirituais e religiosos. Trata-se de lançar a "Iniciativa unida das Religiões " que tem entre seus objetivos velar pela saúde da Terra e de todos os seres vivos. Fortemente influenciado pela New Age, esse projeto visa em seu termo a criação de uma nova religião mundial única, o que implicaria imediatamente a proibição à toda outra religião de fazer proselitismo. Segundo a ONU, a globalização não deve envolver apenas as esferas da política, da economia, do direito; deve envolver a alma global. Representando a Santa Sé, o Cardeal Arinze não podia assinar o documento final, colocando todas as religiões no mesmo pé de igualdade6.


O Pacto económico mundial

Entre os numerosos instrumentos elaborados pela ONU em vista da globalização, o Pacto mundial merece ser aqui mencionado. Em seu discurso de abertura ao Forum do Milênio, o sr. Kofi Annan retomava o convite que dirigira em 1999 ao Forum econômico de Davos. Propunha portanto "a adesão a certos valores essenciais no domínio das normas de trabalho, dos direitos do homem e do meio ambiente". O Secretário geral da ONU garantia que dessa maneira se reduziriam os efeitos negativos da globalização. Mais precisamente, segundo o sr. Annan, para superar o abismo entre o Norte e o Sul, a ONU deveria fazer amplamente apelo ao setor privado. Tratar-se-ia de obter a adesão a esse pacto de um grande número de atores econômicos e sociais: companhias, homens de negócio, sindicatos, ONGs. Esse Global Compact ou Pacto mundial seria uma necessidade para se regular os mercados mundiais, para ampliar o acesso às tecnologias vitais, para distribuir a informação e o saber, para divulgar cuidados básicos em matéria de saúde, etc. Esse Pacto já recebeu numerosos apoios, entre outros, da Shell, de Ted Turner, proprietário da CNN, de Bill Gates e mesmo de diversas internacionais sindicais.

O Pacto Mundial suscita, é óbvio, graves interrogações. Será que podemos contar com as grandes companhias mundiais para resolver os problemas que elas teriam podido contribuir a resolver há muito tempo se o tivessem desejado? A multiplicação das trocas econômicas internacionais justifica a instauração progressiva de uma autoridade centralizada, chamada a reger a atividade econômica mundial? De que liberdade gozarão ainda as organizações sindicais se as legislações trabalhistas, incorporadas ao direito internacional, devessem se submeter aos "imperativos" econômicos "globais"? De que poder de intervenção os governos dos Estados soberanos gozarão ainda para intervir, em nome da justiça, nas questões econômicas, monetárias e sociais? Mais grave ainda: como a ONU está sempre à beira da falência, não se arrisca ela ser vítima de uma tentativa de compra por parte de um consórcio de grandes companhias mundiais?


Um projeto político servido pelo direito

É porém no plano político e jurídico que o projeto onusiano de globalização é o mais inquietante. Na medida em que, como vimos, a ONU, influenciada pela New Age, desenvolve uma visão materialista, estritamente evolucionista do homem, ela desativa, necessariamente a concepção realista do homem que está subjacente à Declaração de 1948. Segundo essa visão materialista, o homem, pura matéria, é definitivamente incapaz de dizer seja lá o que for de verdadeiro sobre ele mesmo ou sobre o sentido de sua vida. É assim reduzido ao agnosticismo de princípio, ao ceticismo e ao relativismo moral. Os porquês? não tem sentido algum; só importam os como?

A Declaração de 1948 apresentava esse prodigiosa originalidade de fundar as relações internacionais novas na extensão universal dos direitos do homem. Tal deveria ser o fundamento da paz e do desenvolvimento. Tal deveria ser a base legítima da existência da ONU que justificaria sua missão. A ordem mundial deveria ser edificada sobre verdades fundadoras, reconhecidas por todos, protegidas e promovidas progressivamente através da legislação de todos os Estados.

A ONU hoje desativou essas referências fundadoras. Hoje, os direitos do homem não são mais fundados em uma verdade que se impõe a todos e por todos livremente reconhecida: a igual dignidade de todos os homens. Daqui em diante os direitos do homem são o resultado de procedimentos consensuais. Uma vez que não somos capazes -é o que se diz- de atingir uma verdade sólida a respeito do homem, e que mesmo, uma tal verdade não é accessível ou não existe, devemos entrar em acordo e decidirmos, por um ato de pura vontade, o que é a conduta justa, pois as necessidades da ação nos pressionam. Porém, não iremos mais decidir referindo-nos todos às exigências de valores que a nós se impõem pela simples força de sua verdade. Vamos nos engajar em um procedimento de discussão e após ouvir a opinião de cada um, decidiremos; tomaremos uma decisão. Esta decisão será considerada justa porque será o resultado efetivo do procedimento consensual. Se reconhece aqui a influência de John Rawls.

Os "novos direitos do homem" segundo a ONU atual surgiram a partir de procedimentos consensuais que podem ser reativados indefinidamente. Não são mais expressão de uma verdade atinente ao homem; são a expressão da vontade daqueles que decidem. Daqui em diante, ao termo de tal procedimento, qualquer coisa poderá ser apresentada como "novo direito" do homem: direito às uniões sexuais diversas, ao repúdio, aos lares monoparentais, à eutanásia, -enquanto se aguarda pelo infanticídio, já praticado, a eliminação dos deficientes físicos, os programas eugenistas, etc. É por essa razão que nas assembleia internacionais organizadas pela ONU os funcionários onusianos se empenham com todas suas forças para chegar ao consenso. De fato, uma vez adquirido, o consenso é invocado para fazer com que se adotem convenções internacionais que adquirem fôrça de lei nos Estados que as ratificaram.


Um sistema de direito internacional positivo

É esse o núcleo do problema colocado pela globalização segundo a ONU. Através de suas convenções ou de seus tratados normativos, a ONU está prestes a articular um sistema de direito supra-estatal, puramente positivo, que leva o forte cunho de Kelsen7. O objeto do Direito não é mais a justiça mas sim a lei. Uma tendência fundamental se observa cada vez mais: as normas dos direitos estatais não são válidas se não forem validadas pelo direito supra-estatal. Como Kelsen antecipara em sua célebre Teoria Pura, o poder da ONU concentra-se de maneira piramidal. Todos, indivíduos ou Estados, devem obedecer à norma fundamental surgida da vontade daqueles que definem o direito internacional. Esse direito internacional puramente positivo, livre de toda referência à Declaração de 1948, é o instrumento utilizado pela ONU para impor ao mundo a visão da globalização que deveria lhe permitir colocar-se como super-Estado.


Um Tribunal penal internacional

Controlando o direito, colocando-se mesmo, de maneira definitiva, como a única fonte do direito e podendo a todo momento verificar se esse direito é respeitado pela instâncias executivas, a ONU introniza um sistema de Pensamento único. Atribui-se portanto um tribunal talhado para sua sede de poder. Assim, crimes contra os "novos direitos" do homem poderiam ser julgados pela Corte Penal Internacional, fundada em Roma em 1998. Por exemplo, na medida em que o aborto não seria legalizado em um determinado Estado, o Estado em questão poderia ser excluído da "sociedade global"; na medida em que um grupo religioso se opusesse à homossexualidade, ou à eutanásia, esse grupo poderia ser condenado pela Corte penal internacional por atentar contra os "novos direitos do homem".


A "governância" global

Estamos portanto diante de um projeto gigantesco, que ambiciona realizar a utopia de Kelsen, visando "legitimar" e montar um governo mundial único, no qual as agências da ONU poderiam tornar-se ministérios. É urgente -garantem-nos- criar uma nova ordem mundial, política e legal, e é preciso apressar-se para encontrar os fundos para se executar o projeto.

Essa "governância" mundial já fora objeto de um encaixe ao Relatório do PNUD em 1994. O texto, redigido a pedido do PNUD por Jean Tinbergen, prêmio Nobel de Economia (1969), apresenta-se com ares de um manifesto encomendado pela e para a ONU. Eis aqui um extrato8.
"Os problemas da humanidade não podem mais ser resolvidos pelos governos nacionais. Do que necessitamos é um governo mundial.
A melhor maneira de se consegui-lo, é reforçar o sistema das Nações Unidas. Em certos casos, isso significaria ser necessário mudar o papel das agências das Nações Unidas e que, de consultivas, se tornassem executivas. Assim, a FAO tornar-se-ia o Ministério Mundial da Agricultura, UNIDO tornar-se-ia o Ministério Mundial da Indústria e ILO o Ministério Mundial dos Assuntos Sociais.
Em outros casos, instituições completamente novas seriam necessárias. Estas poderiam comportar, por exemplo, uma Polícia Mundial permanente que poderia citar nações a comparecerem diante da Corte Internacional de Justiça, ou diante de outras cortes especialmente criadas. Se as nações não respeitassem as decisões da Corte, seria possível aplicar sanções, tanto militares quanto não-militares."

Sem dúvida, enquanto existem e cumprem bem seu papel, as nações particulares protegem seus cidadãos; esforçam-se em fazer respeitar os direitos do homem e utilizam para esse fim os recursos apropriados.

Atualmente, nos ambientes da ONU, a destruição das nações aparece como objetivo a atingir se quisermos extinguir definitivamente a concepção antropocêntrica dos direitos do homem. Eliminando esse corpo intermediário que é o Estado nacional, eliminar-se-ia a subsidiariedade pois seria constituído um Estado mundial centralizado. O caminho estaria aberto para a chegada dos tecnocratas globalizantes e outros aspirantes à "governância" mundial.


Reafirmar o princípio da subsidiariedade

Assim, o direito internacional positivo é o instrumento utilizado pela ONU para organizar a sociedade mundial global. Sob disfarce de globalização, a ONU organiza em seu beneficio a "governância" mundial. Sob o disfarce de "responsabilidade compartilhada", ela convida os Estados a limitar sua justa soberania. A ONU globaliza apresentando-se cada vez mais como super-Estado mundial. Tende a governar todas as dimensões da vida, do pensamento e das atividade humanas armando um controle cada vez mais centralizado da informação, do conhecimento e das técnicas; da alimentação, da vida humana, da saúde e das populações; dos recursos do solo e do subsolo; do comércio mundial e das organizações sindicais; enfim e sobretudo, da política e do direito. Exaltando o culto néo-pagão da Mãe-Terra, priva o homem do lugar central que lhe reconhecem as grandes tradições filosóficas, jurídicas, políticas e religiosas.

Diante desse globalismo alicerçado na areia, é preciso reafirmar a necessidade e a urgência de fundamentar a sociedade internacional no reconhecimento da igual dignidade de todos os homens. O sistema jurídico que predomina na ONU torna esse reconhecimento estritamente impossível, pois o direito e os direitos do homem não podem proceder senão de determinações voluntárias. É preciso portanto reafirmar a primazia do princípio de subsidiariedade tal como deve ser corretamente compreendido. Isso significa que as organizações internacionais não podem espoliar os Estados, nem os corpos intermediários, nem em particular a família, de suas competências naturais e de seus direitos, mas que, ao contrário, devem ajudá-los a exercê-los.

Quanto à Igreja, não pode senão se insurgir contra essa globalização implicando uma concentração do poder que exala totalitarismo. Diante de uma impossível "globalização", que a ONU se esmera em impor alegando um "consenso" sempre precário, a Igreja deve aparecer, semelhante ao Cristo, como sinal de divisão9. Não pode endossar nem uma "unidade" nem uma "universalidade" que estivessem acima das vontades subjetivas dos indivíduos ou impostas por alguma instância pública ou privada. Diante da emergência de um novo Leviatã, não podemos ficar calados, nem inativos, nem indiferentes.

A face oculta da ONU

A Face oculta da ONU
Entrevista deMichel SchooyansProfessor emérito da Universidade de LouvainAno II Mattino della Domenica

Por
Luca Fiore
Durante o Congresso sobre Globalização, Economia e Família, realizado em Roma de 27 a 30 de novembro de 2000 pelo Pontifício Conselho para a Família, o senhor expôs a concepção da globalização segundo a ONU. Essa concepção é também longamente analisada no seu mais recente livro, A Face oculta da ONU, publicado pela editora Sarment/Fayard, Paris, 2001. Para o senhor, essa concepção tende a considerar que o meio ambiente tem maisvalor do que a pessoa. Do que se trata? Qual é a sua preocupação?
Globalização, Mundialização: dois termos que entraram para a linguagem cotidiana; dois conceitos que se tornaram objeto de debates e discussões envolvendo o futuro da sociedade mundial. Esses termos significam, antes de mais nada, que as sociedades humanas tornaram-se interdependentes: por exemplo, uma desvalorização do yen japonês repercute em toda a economia mundial. Isso significa também que as sociedades mundiais estão integradas: as viagens e a mídia ensinam os homens a se conhecer melhor; a informação científica é amplamente divulgada e discutida em fóruns virtuais abertos 24 horas por dia. Em princípio, devemos evidentemente nos alegrar com essa evolução e é claro que ela demanda novos instrumentos de condução das relações internacionais.
Tradicionalmente essas relações internacionais se organizam a partir de dois modelos. De um lado, um modelo encarnado hoje pelos EUA. O globalismo é aí concebido a partir do projeto hegemônico da nação dominante, cujo objetivo é impor uma organização do mundo de inspiração néoliberal. Esse projeto tem de início uma forte conotação econômica: seu objetivo é a globalização do mercado; mas comporta também, evidentemente, uma vontade de gerir politicamente o mundo. Não pode ser realizado senão com a conivência das nações ricas. O outro modelo é herdeiro do internacionalismo socialista e, se insiste sobre as necessárias reformas econômicas, coloca em primeiro plano um objetivo político: limitar a soberania dos estados e submetê-los ao controle de um poder político mundial. O método para atingir esse fim não é mais revolucionário; no espírito de Gramsci, é reformista.
Quando fala em globalização, a ONU incorpora os significados dessa palavra tais como viemos de recordar. Mas aproveita-se da imagem positiva associada ao termo para imprimir-lhe novo significado. A globalização é interpretada à luz de uma nova visão de mundo e do lugar do homem no mundo. Essa visão "holística" considera que o mundo constitui um todo dotado de maior realidade e valor do que as partes que o compõem. Nesse todo, o surgimento do homem não é senão um avatar da evolução da matéria.
O senhor igualmente manifestou sérias reservas quanto à Carta da Terra, um documento da ONU em preparação, a ser publicado proximamente. O senhor até afirma que nele encontramos a influência da New Age. Quais as ligações entre a New Age e esse texto?
Trata-se de um projeto de documento no qual um dos redatores não é outro senão o próprio senhor Mikhail Gorbatchev. O que frisa esse documento? Sendo apenas o produto de uma evolução material, o homem deve curvar-se aos imperativos de meio-ambiente, da Natureza, da ecologia. A influência do filósofo Thomas S. Khun, um dos grandes inspiradores da New Age, é aqui evidente e confirmada nos livros de Marilyn Ferguson sobre essa mesma corrente. O homem deve aceitar não ser mais o centro do mundo. Segundo essa leitura da natureza e do homem, a "lei natural" , não é mais aquela que está inscrita na inteligência e no coração do homem; é a lei implacável e violenta que a natureza impõe ao homem. Os ecologistas tisnados de New Age até apresentam o homem como predador. E como todas as populações de predadores, afirma-se que a população humana deve ser contida, limitada imperativamente, dentro dos limites do desenvolvimento sustentável.
3. Qual a relação essa Carta da Terra e a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948?
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, inclina-se diante de uma verdade que se impõe para todos. Reconhece que todos os homens têm direito à vida; que nascem livres e iguais em dignidade; que são livres para se associarem, para se atribuírem um regime político de sua livre escolha, de se organizarem em sindicatos, de criarem uma família, aderirem a uma religião, etc. Todos os homens têm o direito de participar da vida ; política e da vida .econômica, pois todos têm alguma coisa de único a oferecer aos outros c homens. Todos os totalitarismos do século XX nasceram do desprezo a esses direitos inalienáveis. Promover esses direitos por todo o mundo é barrar o caminho aos sistemas que reduzem o homem a não ser senão uma engrenagem do estado, um instrumento do Partido, um espécime de determinada raça. A grande originalidade dessa Declaração é conceber como fundamento das novas relações internacionais o reconhecimento, por todas Nações, dos direitos fundamentais de todos os homens.
A Carta da Terra abandona e mesmo combate o antropocentrismo judeo-cristão e romano, reforçado pelo Renascimento, e que foi levado' a seu ponto de maior incandescência na Declaração de 1948. Ao documento caberia não somente superar a Declaração Universal, mas, para alguns, deveria mesmo suplantar o próprio Decálogo, modéstia à parte!
4. O senhor chegou a falar do projeto da ONU de instaurar, progressivamente, um "super-governo mundial" que suplantará os corpos intermediários, as nações, e imporá um pensamento único, através do controle da informação, da saúde, do comércio, da política e do direito. Não seria essa uma imagem do futuro muito à Ia George Orwell?
A argumentação ecológica desenvolvida na Carta da Terra é, na realidade, um artifício ideológico para camuflar algo mais grave: entramos em uma nova revolução cultural. De fato, a ONU está em vias de formular uma nova concepção do direito. Essa concepção é mais anglo-saxã do que latina. As verdades fundadoras da ONU, referentes à centralidade do homem no mundo, são pouco a apouco desativadas. Segundo essa concepção, nenhuma verdade sobre o homem impõe-se a todos os homens: a cada um sua opinião. Os direitos do homem não são mais reconhecidos como verdades; são objeto de procedimentos, de decisões consensuais. Negociamos e ao termo de um procedimento pragmático, decidimos, por exemplo, que o respeito à vida se impõe em certos casos mas não em outros, que determinada manipulação genética justifica o sacrifício de embriões, que a eutanásia deve ser liberalizada, que as uniões homossexuais têm o mesmo direito que a família, etc. Daí nascem os assim chamados "novos direitos do homem" , sempre renegociáveis ao sabor dos interesses daqueles que podem fazer prevalecer sua vontade.
Para tornar palatáveis esses "novos direitos" e, sobretudo, a concepção do direito que lhes é subjacente, dois eixos de ação devem ser privilegiados. É preciso inicialmente enfraquecer as nações soberanas, pois são geralmente as primeiras a proteger os direitos inalienáveis de seus cidadãos. Em seguida, nas assembléias internacionais, é preciso obter-se o maior consenso possível, recorrendo se preciso à corrupção, à chantagem ou à ameaça. Uma vez alcançado, o consenso pode ser invocado para fazer adotar convenções internacionais que adquirem força de lei nos estados que as ratificaram. Esse tipo de globalização, sustentado por uma concepção puramente positivista do direito, justifica as mais intensas apreensões.
5. O título de seu último livro é A Face oculta da ONU: que face é essa, e quem é que se esconde por detrás?
Em dossiês tão complexos, quanto o da globalização segundo a ONU, a falta de transparência torna evidentemente difícil a prova direta e a demonstração matemática. A experiência recente, na França, das malversações e demais irregularidades confirma que nenhuma organização dispõe-se a reconhecer que está corroída pela ação de confrarias, pela presença em seu interior de "fraternidades" e de "redes". Contudo, tais realidades existem sem sombra de dúvida. Nós as conhecemos não somente por suas ações, mas também pelo que alguns de seus membros dizem a seu respeito publicamente, por exemplo, na televisão. Evidentemente, sempre há pessoas prontas a negar fervorosamente as evidências, incluso quando nem sequer sabem onde encontrar os dossiês. Mas será preciso esperar que os membros da DGSE francesa (Direção Geral de Segurança Exterior) desfilem com uma braçadeira para saber que a DGSE existe?
Na realidade, a ideologia onusiana da globalização está plasmada em referências livre-exaministas, agnósticas, utilitaristas e hedonistas. Se analisarmos pacientemente as recentes reuniões da ONU sobre questões tão diversas como saúde, população, meio- ambiente, habitat, economia mundial, informação, educação -para citar apenas esses exemplos, percebemos uma notável comunidade de inspiração' e uma igualmente notável convergência de objetivos. E claro que sob instigação das nações soberanas que são seus membros, a ONU deveria proceder à uma auditoria interna, sem o que dará cada vez mais a impressão de estar sob influência de uma máfia tecnocrática. Tenho sobre outros a vantagem de chegar à essa conclusão após vários anos de pesquisa. Porém, se me perguntar se vi com meus próprios olhos a "mão invisível" , devo lhe responder que ví somente sua sombra. Mas no caso, isso é suficiente.

sábado, 28 de abril de 2007

Objetivos finais da ONU

Para cumprir esse sonho de uma Nova Ordem Mundial que serviria aos sublimes interesses econômico e social de seus primeiros visionários, dois passos eram essenciais:

Estabelecer um eficiente sistema administrativo global que unisse as nações do mundo por meio de processos que parecessem "democráticos" e produzissem cooperação com conjuntos de metas e padrões específicos.

Usar esse sistema administrativo para moldar as mentes, enfraquecer a soberania, estabelecer a solidariedade social e treinar uma força de trabalho móvel global por meio de -

Redistribuição dos recursos humanos e financeiros (migração, uma economia global e um sistema de bem-estar social global).

Um sistema de educação global uniforme que padronizasse tanto o "aprendizado" social quanto as habilidades profissionais em todo lugar.

Controle da grande imprensa e de outros canais de propaganda. O professor Carrol Quigley escreveu em Tragedy and Hope (Tragédia e Esperança): "Cresceu no século XX uma estrutura de poder entre Londres e Nova York que penetrou profundamente na vida universitária, na imprensa e na prática da política internacional. O braço americano desse 'establishment inglês' exerceu muito de sua influência por meio de cinco jornais norte-americanos (The New York Times, Herald Tribune, Christian Science Monitor, Washington Post...). [Quigley, pg 953]
De uma "sociedade civil" apoiadora (incluindo grupos empresariais e comunitários, a mídia jornalística e de entretenimento, igrejas, etc) preparada para liderar as massas rumo à síntese cultural e religiosa nas comunidades e organizações de todo o mundo utilizando o processo dialético - uma estratégia bem testada e comprovada na antiga União Soviética. (Muitos participantes - incluindo igrejas - talvez nunca saibam como suas novas práticas de negócio e seus diálogos em pequenos grupos ajudam a enfraquecer os valores tradicionais e preparar seus membros para a nova sociedade global.)

Totalitarismo Direita x Esquerda

Totalitarismo é um regime político baseado na extensão do poder do Estado a todos os níveis e aspectos da sociedade ("Estado Total", "Estado Máximo").
Os regimes totalitários são violentamente opressores. Podem ser resultado da incorporação do Estado por um Partido (único e centralizador) ou da extensão natural das instituições estatais. Geralmente, é um fenómeno que resulta de extremismos ideológicos e uma paralela desintegração da sociedade civil organizada. A distinção entre totalitarismo de direita (Nazismo) e de esquerda (Estalinismo) é insuficiente para compreender suas particularidades, funcionamento e aspirações enquanto regime político da modernidade.
O totalitarismo é um regime inserido na 'sociedade de massas', não existindo enquanto tal antes do século XX. São paradigmas na história os regimes totalitários de Adolf Hitler e Josef Stalin, respectivamente na Alemanha e na União Soviética.
O politólogo especialista no Islão Bassam Tibi propôs nos seus livros mais recentes a tese de que o Fundamentalismo islâmico (em alemão "Islamismus") é também um totalitarismo.
O Totalitarismo foi objecto de sátira na obra de George Orwell

Totalitarismo de esquerda

abolição da propriedade privada;

coletivização obrigatória dos meios de produção agrícola e industrial;

supressão da religião;


Totalitarismo de direita

forte apoio da burguesia industrial;

corporativismo nas relações de trabalho e tutela estatal sobre as organizações sindicais

fundamentação ideológica em valores tradicionais (étnicos, culturais, religiosos)

Caracteristicas comuns

regime de partido único (e um partido de massas);

centralização dos processos de tomada de decisão no núcleo dirigente do Partido;

burocratização do aparelho estatal;

intensa repressão a dissidentes políticos e ideológicos;

culto à personalidade do(s) líder(es) do Partido e do Estado;

patriotismo, ufanismo e chauvinismo exacerbados

intensa presença de propaganda estatal e incentivo ao patriotismo como forma de organização dos trabalhadores;

censura aos meios de comunicação e expressão;

paranóia social e patrulha ideológica

militarização da sociedade e dos quadros do Partido;
expansionismo.

Capitalismo x comunismo

Capitalismo é definido como um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e propriedade intelectual , e na liberdade de contrato sobre estes bens ( livre mercado ). Estes requisitos motivam às pessoas ao acúmulo de capital e a investir este capital em projetos que aumentam a eficiência produtiva, resultando num aumento do padrão de vida da sociedade. Isto porque os produtos e serviços, devido à maior eficiência decorrente do progresso tecnológico que, por sua vez, foi causado pelo investimento do capital acumulado, se tornam progressivamente mais fáceis de adquirir (mais baratos). É importante notar que o capitalismo não é um sistema propriamente dito, pois ninguém é obrigado a acumular capital. Ele apenas é o resultado natural numa sociedade que respeita a propriedade privada e a liberdade de contrato. Nesse tipo de sociedade as pessoas são altamente motivadas a empregar seu capital da forma mais eficiente possível, minimizando o desperdício, já que isso lhes é lucrativo. E, se ocorrer o contrário, ou seja, as pessoas investirem mal o seu patrimônio, desperdiçando produção, irão amargurar prejuízos. De maneira geral o tamanho do lucro/prejuízo é proporcional ao acréscimo/decréscimo de riqueza gerado no processo.


Comunismo refere-se à obra e às idéias de Karl Marx e, posteriormente, a diversos outros teóricos, notavelmente Friedrich Engels, Rosa Luxemburgo, Vladimir Lenin, entre outros. Uma das principais obras fundadoras desta corrente política é O Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels e a principal obra teórica é O Capital de Marx.
As principais características do modelo de sociedade comunal proposto nas obras de Marx e Engels são:
A inexistência das classes sociais.
As necessidades de todas as pessoas supridas.
A ausência do Estado.
Para chegar a tal estado, Marx propõe uma fase de transição, com a tomada do poder pelos proletários para abolir a propriedade privada dos meios de produção e a consequente orientação da economia de forma planejada com o objetivo de suprir todas as necessidades da sociedade e seus indivíduos. Marx entende que, com as necessidades supridas, deixam de existir as classes sociais e, portanto, não existe mais a necessidade do Estado.
Algumas vertentes do socialismo e do comunismo, identificadas como anarquistas, defendem a abolição imediata do Estado. Tornam-se mais visíveis as diferenças entre estes grupos quando se sabe que a primeira Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) terminou como resultado da cisão entre Marxistas (que acreditavam na necessidade de tomar o poder do Estado para realizar a revolução) e Bakuninistas (que acreditavam que não haveria revolução a menos que o Estado fosse abolido em simultâneo com o capitalismo).
A teoria que dá base à construção do comunismo tem como ponto de partida a análise feita por Marx da sociedade capitalista. Segundo ele, a propriedade privada dos meios de produção, característica fundamental do capitalismo, só existe com a apropriação da mais-valia pela classe dominante, ou seja, a exploração do homem pelo homem é fundamental ao capitalismo.
Marx acreditava que somente em uma sociedade sem classes sociais essa exploração não aconteceria. Considerava, ainda, que somente o proletariado[1] poderia, por uma luta política consciente e consequente de seu papel, derrubar o capitalismo, não para constituir um Estado para si, mas para acabar com as classes sociais e derrubar o Estado como instrumento político de existência das classes.
A palavra comunismo apareceu pela primeira vez na imprensa em 1827, quando Robert Owen se referiu a socialistas e comunistas. Segundo ele, estes consideravam o capital comum mais benéfico do que o capital privado. As palavras socialismo e comunismo foram usadas como sinônimos durante todo o século XIX. A definição do termo comunismo é dada após a Revolução russa, no início do século XX, pois Vladimir Lenin entendia que o termo socialismo já estava desgastado e deturpado. Por sua teoria, o comunismo só seria atingido depois de uma fase de transição pelo socialismo, onde haveria ainda uma hierarquia de governo.

O que é comunismo ?

A Dialética: Fomentando a Revolução
O conceito de dialética existe há muito tempo. É simplesmente o conceito das posições opostas: A tese (posição) versus antítese (posição oposta). Na lógica tradicional, se a minha tese é verdadeira, então todas as outras posições são, por definição, falsas. Por exemplo, se minha tese é que 2+2=4, então todas as outras respostas (antíteses) são falsas. George W. F. Hegel, filósofo alemão do século XIX, virou esse conceito de cabeça para baixo ao igualar a tese com a antítese. Todas coisas se tornam relativas. Não existe verdade absoluta a ser encontrada em algum lugar. Em vez disso, a "verdade" é encontrada na síntese, uma contemporização entre a tese e a antítese. Esta é a essência do processo do consenso.
Isto é diametralmente o oposto da cosmovisão judaico-cristã predominante no mundo ocidental por quase dois mil anos, que assegura que Deus existe, que Ele existe exteriormente à criação material e que o homem tem uma obrigação moral para com Ele e com Suas leis. Como Deus era visto como transcendente, a verdade era considerada absoluta e transcendente, fora da nossa capacidade de manipulá-la. Isso tudo mudou com Hegel, e o homem moderno nasceu. O homem agora podia desafiar qualquer autoridade e posição, até mesmo Deus. Como não existe essa tal verdade absoluta, "minha verdade" é tão boa quanto a "sua verdade", então não me diga o que pensar nem como me comportar. Como Nietzsche, o filósofo do "Deus está morto" mais tarde diria, "Não há absolutamente nenhum absoluto." Agora, 2+2 pode ser igual a 5, ou 17, ou o que você achar que está certo. (Dica: É por isso que nossas escolas fracassam. Todos os professores são certificados com base na obra de Benjamin Bloom. Ele disse "...reconhecemos o ponto de vista que a verdade e o conhecimento são apenas relativos e que não existem verdades muito rígidas que existam por todo tempo em todos lugares").
Mais ou menos ao mesmo tempo que Hegel saia de cena, Karl Marx pegou a febre revolucionária. Ele se baseou fortemente em Hegel (dialética) e em Feuerbach (materialismo). Ele iniciou onde os outros filósofos deixaram a discussão, mas com uma diferença. Ele desdenhosamente declarou: "Os filósofos somente interpretaram o mundo de modos diferentes. A questão, no entanto, é mudá-lo." MUDAR O MUNDO estava para se tornar o propósito do marxismo. Na interpretação marxista da realidade, Deus foi abandonado. Sozinho no seu universo, o homem deveria preencher o vácuo deixado pela religião com o materialismo. A religião era o inimigo de todo o progresso. Como ele escreveu em 1843, "A religião é o ópio do povo." Sem estar mais preso em um relacionamento com seu Criador, a relação social do "homem com o homem" tornou-se o princípio de teoria de Marx. Segue-se que esses relacionamentos sociais, que necessariamente envolvem conflito, produzem as mudanças no progresso humano. Como as palavras de abertura do Manifesto Comunista anunciam: "A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes." Observe o raciocínio dialético: o choque dos opostos produz síntese e mudança. O homem, liberto das restrições religiosas, levará a revolução (transformação via conflito) adiante até que todos sejam iguais em uma utopia criada pelos homens na Terra. Para esse fim, o Manifesto conclui, "Proletários de todos os países, uni-vos!"
Resumindo, o marxismo:
É Materialismo Dialético, ou, em termos mais simples: um processo de raciocínio voltado para o humano, excluindo Deus.
REVOLUÇÃO é a sua meta, "mudar o mundo", Marx disse.
A MUDANÇA é de uma cosmovisão Teísta (Velha Ordem Mundial) para uma cosmovisão Humanista (Nova Ordem Mundial). O termo Nova Ordem Mundial foi um eufemismo popular para comunismo mundial durante anos. Os malucos da conspiração não o inventaram. Quando começou a tomar conotações negativos, foi trocado por um rótulo que soa melhor, Governança Global.
A mudança deverá ocorrer por meio de CONFLITO, (Crises/Problemas/Disputas).

www.espada.eti.br

O governo mundial na sombra

Durante os últimos 50 anos, um grupo seleto de políticos, empresários, banqueiros e poderosos em geral tem se reunido secretamente para planejar as grandes decisões que movem o mundo e que, depois, simplesmente acontecem. O livro A Verdadeira História do Clube Bilderberg, de autoria do jornalista e especialista em comunicação Daniel Estulin, que há 13 anos investiga as atividades secretas do Clube Bilderberg e que foi ganhador de três prêmios de pesquisa nos EUA e Canadá, aponta quem aciona os controle por detrás da fachada das organizações internacionais conhecidas. O livro foi editado em 28 países em 21 idiomas. Segundo o autor, a 1ª edição na Venezuela, Colômbia e México foi esgotada em menos de 4 horas e causou manifestações em frente às embaixadas dos EUA que, como é óbvio, ninguém viu e nem ouviu na TV ou nos noticiários de imprensa. A seguir, você vai saber o motivo.
O texto abaixo – que uma amiga minha considerou "uma confusão dos diabos" - é uma resenha desse livro. Mas, como disse Sun Tzu, para combater um inimigo é preciso conhecê-lo, pois não se pode lutar contra algo que não se conhece.
***
A verdadeira história do Clube Bilderberg é uma narração da subjugação impiedosa da população por parte de seus governantes. Um Estado Policial Global que ultrapassa o pior pesadelo de Orwell, com um governo invisível, onipresente, que manipula os fios desde a sombra, que controla o governo dos EUA, a União Européia, a Organização Mundial de Saúde, as Nações Unidas, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e outras instituições similares. E, o mais espantoso de tudo, formula os projetos futuros da Nova Ordem Mundial.
Muitos grandes empresários, políticos, incluindo alguns de seus colaboradores, estão lutando para impor limites ao Clube, alguns de fora, outros de dentro, se bem que de forma encoberta. Esse interesse de dominar o mundo não é novidade na história da Humanidade. Outros já tentaram antes.
O lado obscuro do Clube Bilderberg – o pior mal já enfrentado pela humanidade – está entre nós e utiliza os novos e amplos poderes de coação e terror que a ditadura do complexo industrial-militar global – segundo palavras do autor - requer para acabar com a resistência e governar aquela parte do mundo que resiste às suas intenções.
Cada nova medida, por si só, pode parecer uma aberração mas o conjunto de mudanças, que formam parte do processo em curso, constitui um movimento em direção à Escravidão Total. A batalha está se realizando neste preciso instante em que você lê esta matéria e a ditadura global – o Governo Mundial Único – está vencendo.
O objetivo dos que lutam contra essa ditadura global é defender a nossa intimidade pessoal e nossos direitos individuais, a pedra angular da liberdade. E essa batalha envolve o Congresso dos EUA, a União Européia, os tribunais, as redes de comunicação, as câmeras de vigilância, a militarização da polícia, os campos de concentração, as tropas estrangeiras estacionadas em solo de diversos países, os mecanismos de controle de uma sociedade sem dinheiro em espécie, os microchips implantáveis, o rastreamento por satélite GPS, os cartões de identificação por radiofreqüência (RFID), o controle da mente, as contas bancárias, os cartões inteligentes e outros dispositivos de identificação que o Grande Irmão nos impõe e que conectam os detalhes da nossa vida a enormes bancos de dados secretos dos governos.
Os caminhos que forem tomados agora determinarão o futuro da humanidade: se passaremos a fazer parte de um Estado policial eletrônico global ou se continuaremos como seres humanos livres.
O Clube do governo mundial na sombra decide, numa reunião anual secreta, como devem ser realizados seus projetos diabólicos. Quando se celebram essas reuniões, não por acaso seguem-se guerras, a fome, a pobreza, a derrubada de governos e abruptas e surpreendentes mudanças políticas, sociais e monetárias.
Skinner – Burrhus Frederic Skinner -, cientista do comportamento e do aprendizado, colaborador do Instituto Tavistock – organização de pesquisa no campo da psicologia social aplicada – que, por sua vez, é colaboradora do Clube Bilderberg, considera a população em geral incompetente para educar seus filhos e propõe como sociedade ideal aquela em que os filhos são separados das famílias por ocasião do nascimento e educados pelo Estado, que paga aos pais por seus filhos uma determinada quantia, em centros onde passam a viver.
Outra forma de manipulação de conduta utilizada pelo Clube Bilderberg é conseguir que as pessoas obtenham algo que desejam em troca da renúncia de outra coisa, principalmente a liberdade.
Se bem que o Clube Bilderberg, a Comissão Trilateral, a Mesa-Redonda, o Conselho de Relações Internacionais, as Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional, o Clube de Roma e algumas outras organizações realizem seus planejamentos e suas gestões em particular; a imprensa, as rádios e as cadeias de TV se negam a cobrir o tema e não se atrevem a falar dele. Isso mantém a maioria da população num estado contínuo de ansiedade interior porque as pessoas estão demasiado ocupadas garantindo sua própria sobrevivência ou lutando por ela.
A técnica do Clube Bilderberg consiste em submeter a população e levar a sociedade a uma forte situação de insegurança, angústia e terror, de maneira que as pessoas cheguem a sentir-se tão exaltadas que peçam, aos gritos, uma solução, qualquer que seja. Essa técnica tem sido aplicada às gangues de rua, às crises financeiras, às drogas e ao atual sistema educacional e prisional.
Com relação ao sistema educacional é necessário dar a conhecer que os estudos realizados pelo Clube Bilderberg demonstram que conseguiram diminuir o coeficiente intelectual médio da população. Para conseguir isso não só manipulam as escolas e as empresas, mas também têm se apoiado na arma mais letal que possuem: a televisão e seus programas de baixo nível, para afastar a população de situações estimulantes e conseguir assim entorpecê-la.
O objetivo final desse pesadelo – ou dessa "confusão dos diabos"... - é um futuro que transformará a Terra num planeta-prisão por meio de um Mercado Globalizado Único – que tornou o mundo plano -, vigiado por um Exército Mundial Único, regulado economicamente por um Banco Mundial e habitado por uma população controlada por microchips cujas necessidades vitais terão sido reduzidas ao materialismo e à sobrevivência: trabalhar, comprar, procriar, dormir, tudo conectado a um computador global que supervisionará cada um de nossos movimentos.
Os membros do Bilderberg "possuem" os bancos centrais e, portanto, estão em condições de determinar os tipos de interesses, a disponibilidade de dinheiro, o preço do ouro e quais os países que devem receber quais empréstimos. Ao movimentar divisas, os membros do Bilderberg ganham milhares de dólares.
Desde 1954, os sócios do Bilderberg representam a elite das nações ocidentais - financistas, industriais, banqueiros, políticos, líderes de corporações multinacionais, presidentes, primeiros-ministros, ministros das Finanças, secretários de Estado, representantes do Banco Mundial, OMC, FMI, executivos dos meios de comunicação e lideranças militares -, um governo nas sombras que se reúne em segredo para debater e conseguir um consenso sobre a estratégia global. Todos os presidentes dos EUA, desde Eisenhower, pertenceram ao Clube. Também Tony Blair, assim como Lionel Jospin, Romano Prodi, ex-presidente da Comissão Européia, Mario Monti, comissário europeu para a Concorrência, Pascal Lamy, comissário do Comércio, José Manuel Durão Barroso, atual presidente da Comissão Européia, Alan Greenspan, chefe do FED (o Banco Central dos EUA), Hillary Clinton, John Kerry, a ministra de Assuntos Internacionais da Suécia, assassinada, Anna Lindh, Melinda e Bill Gates, Henry Kissinger, a dinastia Rothschild, Jean-Claude Trichet, cabeça visível do Banco Central Europeu, James Wolfenson, presidente do Banco Mundial, Javier Solana, ex-Secretário Geral do Conselho da Comunidade Européia, o financista George Soros, um especulador capaz de derrubar moedas nacionais em proveito próprio, e todas as famílias reais da Europa. Juntamente com eles sentam-se os grandes proprietários dos meios de comunicação, pessoas que controlam tudo o que se lê e assiste.
Em 2004, no Grande Hotel des Iles Borromées, em Stresa, Itália, em mais um Encontro, celebrou-se o 50º aniversário do Grupo, que foi constituído entre os dias 29 e 31 de maio de 1954 no hotel Bilderberg (daí o nome de Grupo Bilderberg), na localidade holandesa de Oosterbeckl em um evento organizado pelo príncipe Bernard, da Holanda.
Tanto Donald Rumsfeld, atual Ministro da Defesa dos EUA, como o general Peter Sutherland, da Irlanda, são membros do Bilderberg. Sutherland é ex-comissário europeu e presidente da Goldman, Sachs e Britsh Petroleum. Rumsfeld e Sutherland ganharam um bom dinheiro em 2000 trabalhando juntos no conselho da companhia energética suíça ABB (Asea Brown Bovery Ltda). Sua aliança secreta tornou-se pública quando se descobriu que a ABB havia vendido dois reatores nucleares a um membro ativo do "eixo do mal", a Coréia do Norte!
Por outro lado, é muito difícil resumir como o Clube Biderberg esteve envolvido com a administração de Ronald Reagan, eleito presidente dos EUA em 1980. Todos os cargos importantes do governo foram ocupados por socialistas fabianos, recomendados pelo Heritage Foundation do Bilderberg/Rockefeller (um parêntesis para assinalar que a Heritage Foundation, fundada em 1973, apresenta-se como um instituto educacional de pesquisa que formula e promove políticas públicas e conservadoras baseadas nos princípios de livre-empresa, governo limitado e liberdade individual, o que torna essa afirmativa – pelo menos essa – inverossímil); com o assassinato de Aldo Moro - morto pelo grupo maçon P2, com o objetivo de alinhar a Itália com o Clube de Roma e com Bilderberg; com o assassinato de Ali Bhutto, presidente do Paquistão, em 1979, que queria desenvolver armas nucleares como elemento de dissuasão contra "as contínuas agressões israelenses no Oriente Médio"; com a deposição do Xá do Irã pelo aiatolá Khomeini, uma criação da VI Divisão de Inteligência Militar britânica, popularmente conhecida como MI6 (sobre o qual o Parlamento britânico não tem jurisdição); ou com o caso Watergate. Ao contrário do que sempre afirmou o Washington Post, não houve nenhuma "evidência" de que Nixon tenha abusado de seu poder. Se cometeu algum crime foi o de não defender a Constituição dos EUA, como jurou na cerimônia de posse.
O surgimento de Bill Clinton, "ungido" como candidato à presidência dos EUA na conferência de Bilderberg de 1991, em Baden-Baden, Alemanha, à qual ele esteve presente, também não é muito fácil de esclarecer. O que é completamente desconhecido pela maior parte da população mundial é que Bill Clinton, saindo da conferência, realizou uma inesperada viagem a Moscou, onde em uma terça-feira, 9 de junho de 1991, entrevistou-se durante uma hora com o Ministro do Interior soviético, Vadim Bakatin, ministro do já então condenado governo de Mikhail Gorbachev. Especula-se que Clinton tenha sido enviado a Moscou pelo Clube Bilderberg para conseguir que "enterrassem" os relatórios da KGB sobre a juventude do próprio Clinton e suas atividades contra a guerra do Vietnã, dois meses antes de anunciar a sua candidatura à presidência. Afinal, Vadim Bakatin, no governo de Boris Yeltsin, que sucedeu Gorbachev, foi nomeado para um importante cargo na KGB.
Como esses fatos podem ser verificados? É virtualmente impossível penetrar no Clube Bilderberg. Algumas provas não estão ao alcance porque fazem parte dos arquivos da Inteligência e só uma minoria privilegiada pode vê-las. Não esperem nunca que os meios de comunicação mencionem a conspiração nos telejornais da noite. E, como nada disso que consta no livro de Daniel Estulin aparece nos noticiários, as pessoas imaginam tratar-se de mais uma das muitas teorias de conspiração a serem desprezadas, freqüentemente ridicularizadas e, por fim, rejeitadas. Resumindo: "uma confusão dos diabos".
O objetivo do Clube Bilderberg é a busca de uma era pós-nacionalismo, em que já não haverá países, só regiões e valores universais. Ou seja, só uma economia universal, um governo universal (designado, não eleito) e uma religião universal. Para assegurar esses objetivos, os membros do Clube defendem um enfoque mais técnico e menos conhecimento por parte do público. Seu objetivo final é o controle de absolutamente tudo no mundo, em todos os sentidos da palavra: a atmosfera, os oceanos, os continentes com todas as suas criaturas. Agem como se fossem Deus na Terra.
Deus pode ter criado o Universo mas, no que diz respeito ao planeta Terra, a mensagem do Clube Bilderberg para Deus é simplesmente a seguinte: "Obrigado. Mas a partir de agora nós mesmos vamos tomar conta".
Recentemente, em 28 de fevereiro de 2006, Daniel Estulin denunciou, na Internet, as dificuldades para que seu livro seja vendido em Portugal e Espanha, inclusive com boicote por parte da editora Planeta, que o editou.

Carta do presidente do Irã


Essa carta é uma vergonha para o Brasil ! Até os iranianos sabem sobre o cristo da globalização. O que eles não sabem é que a Besta do Abismo e o cristo global criarão um fim temporário entre a guerra "Baha'is X Islã." E também trará uma falsa e curta paz para todo o oriente médio...
Já há algum tempo venho refletindo sobre como se poderia justificar as inegáveis contradições que existem na arena internacional --as quais vêm sendo constantemente debatidas, especialmente nos foros políticos e entre os estudantes universitários. Muitas questões continuam sem resposta. Isso me levou a discutir algumas das contradições e questões, na esperança de que surja uma oportunidade de resolvê-las. Será que um homem pode ser um seguidor de Jesus Cristo, o grande mensageiro de Deus, se sentir obrigado a respeitar os direitos humanos, apresentar o liberalismo como modelo de civilização, anunciar oposição à proliferação de armas nucleares e de destruição em massa, fazer da guerra contra o terrorismo o seu lema e, por fim, trabalhar para o estabelecimento de uma comunidade internacional unificada --comunidade que Cristo e os virtuosos da Terra um dia governarão--, mas ao mesmo tempo determinar ataques contra outros países, causar a destruição de vidas, reputações e posses? Pode este homem, devido à possível existência de armas de destruição em massa em um país, ocupá-lo, causando a morte de 100 mil pessoas, destruir suas fontes de água, sua agricultura e sua indústria, enviar cerca de 180 mil soldados estrangeiros ao seu território, violar a santidade dos lares de seus cidadãos e fazer com que esse país recue em pelo menos 50 anos? A que preço? Centenas de bilhões de dólares do Tesouro de um país e de determinados outros países gastos, e dezenas de milhares de jovens colocados em risco --como soldados de ocupação--, afastados de seus familiares e entes queridos, tendo as mãos manchadas com o sangue alheio, sujeitos a tamanha pressão psicológica que a cada dia alguns cometem suicídio, e aqueles que voltam aos seus lares sofrem de depressão, adoecem e enfrentam toda espécie de distúrbio, enquanto alguns são mortos e seus corpos são devolvidos às suas famílias.Sob o pretexto da existência de armas de destruição em massa, esta grande tragédia veio a absorver tanto o povo do país ocupado quanto o do país ocupante. E mais tarde foi revelado que as de armas de destruição em massa nunca existiram. É claro que Saddam era um ditador assassino. Mas a guerra não foi travada para derrubá-lo. O objetivo anunciado da guerra era localizar e destruir armas de destruição em massa. Ele foi derrubado a caminho de um outro objetivo, mas mesmo assim o povo da região ficou feliz. Gostaria de lembrar que, ao longo dos muitos anos de sua guerra com o Irã, Saddam contou com o apoio do Ocidente.Sr. presidente, talvez o senhor saiba que sou professor. Meus alunos me perguntam como essas ações podem reconciliadas com os valores expressos no começo da carta e com os deveres para com, e as tradições de, Jesus Cristo, mensageiro da paz e do perdão.Existem prisioneiros na baía de Guantánamo que não foram julgados, não dispõem de representação legal, estão impedidos de ver suas famílias e obviamente estão presos em uma terra estranha e distante de seus lares. Não há monitoração internacional das condições em que vivem e daquilo que acontece com eles. Ninguém sabe se são prisioneiros comuns, prisioneiros de guerra, acusados ou criminosos.Investigadores europeus confirmaram a existência de prisões secretas também na Europa. Eu não correlacionaria o seqüestro de uma pessoa e sua detenção em prisões secretas com as disposições de qualquer sistema judiciário. Aliás, não consigo compreender de que maneira essas ações podem corresponder aos valores delineados no início da carta, ou seja, aos ensinamentos de Jesus Cristo, aos direitos humanos e aos valores liberais. Os jovens, os estudantes universitários e as pessoas comuns têm muitas questões sobre o fenômeno de Israel. Estou certo de que o senhor está familiarizado com algumas delas. Ao longo da história, muitos países foram ocupados, mas acredito que o estabelecimento de um novo país com um novo povo é fenômeno inédito, exclusivo de nossa era.Os estudantes dizem que 60 anos atrás, esse país não existia. Mostram velhos documentos e mapas e declaram que, por mais que tenham tentado, não encontraram um país chamado Israel.Eu lhes digo que estudem a História da Primeira e da Segunda guerras mundiais. Um dos meus alunos me disse que durante a Segunda Guerra Mundial, na qual pereceram dezenas de milhões de pessoas, notícias sobre a guerra eram rapidamente disseminadas pelas partes em conflito. Cada qual se vangloriava de suas vitórias e das mais recentes derrotas dos adversários nos campos de batalha. Depois da guerra, surgiram alegações de que seis milhões de judeus haviam sido mortos. Seis milhões de pessoas decerto deveriam ser aparentadas a dois milhões de famílias, pelo menos.Uma vez mais, presumamos que tais acontecimentos tenham sido verdade. Será que isso se traduz logicamente no estabelecimento do Estado de Israel no Oriente Médio, ou em apoio a esse Estado? De que maneira esse fenômeno pode ser racionalizado ou explicado?Senhor presidente,Estou certo de que o senhor sabe como --e a que custo-- Israel foi estabelecido. Milhares de pessoas foram mortas no processo.Milhões de moradores da região se tornaram refugiados. Centenas de milhares de hectares de terras aráveis, plantações de oliveiras, cidades e aldeias foram destruídas. Essa tragédia não se limitou ao período de estabelecimento; infelizmente, ela vem ocorrendo já há 60 anos. O regime estabelecido não demonstra misericórdia nem mesmo para com as crianças, destrói casas ainda ocupadas pelos moradores, anuncia com antecedência suas listas e planos de assassinar líderes palestinos e mantém milhares de palestinos prisioneiros. Um fenômeno como esse é único --ou pelo menos extremamente raro-- na memória recente.Outra grande questão que as pessoas perguntam é por que esse regime está sendo apoiado? Será que o apoio a ele acompanha os ensinamentos de Jesus Cristo ou Moisés, ou os valores liberais? Ou devemos entender que permitir aos habitantes originais dessas terras --quer sejam cristãos, judeus ou palestinos-- que determinem seu destino se opõe aos princípios da democracia, aos direitos humanos ou aos ensinamentos dos profetas? Se não, por que existe tamanha oposição a um referendo? A administração palestina que acaba de ser eleita assumiu recentemente. Todos os observadores independentes confirmaram que esse governo representa a vontade do eleitorado. Inacreditavelmente, o governo eleito está sofrendo pressão e sendo aconselhado a reconhecer o regime israelense, abandonar a luta e seguir os programas do governo anterior.Se o atual governo palestino tivesse usado essa plataforma na campanha eleitoral, teria obtido os votos do povo palestino? Uma vez mais, será que a posição tomada em oposição ao governo palestino pode ser reconciliada com os valores delineados anteriormente? As pessoas também querem saber por que todas as resoluções de condenação a Israel são vetadas no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Senhor presidente,Como o senhor bem sabe, vivo em meio ao povo e estou em constante contato com ele --muitas pessoas do Oriente Médio em geral também conseguem entrar em contato comigo. Elas tampouco têm fé nessas políticas dúbias. Existem indícios de que as pessoas da região estão cada vez mais iradas com relação a essas políticas.Não é minha intenção apresentar muitas perguntas, mas preciso me referir a outros pontos, igualmente.Por que qualquer avanço tecnológico obtido na região do Oriente Médio é traduzido e retratado como uma ameaça ao regime sionista? Será que a pesquisa e desenvolvimento científico não constituem um direito básico de qualquer nação?O senhor conhece a História. Além da Idade Média, em que outro ponto da História o progresso científico e técnico foi considerado crime? Será que a possibilidade de que realizações científicas sejam usadas para a guerra é causa suficiente para que nos oponhamos completamente à ciência e à tecnologia? Se essa suposição é verdade, então todas as disciplinas científicas, incluindo física, química, matemática, medicina, engenharia e outras, precisam ser reprimidas. Mentiras são contadas sobre a questão iraquiana. Qual vem sendo o resultado? Não tenho dúvida de que mentir é considerado repreensível em qualquer cultura, e o senhor não que mintam ao senhor.Senhor presidente,Será que os latino-americanos não têm o direito de perguntar por que seus governos eleitos estão sendo alvo de oposição e por que líderes golpistas vêm recebendo apoio? Ou, por que eles devem sempre viver sob ameaça e com medo? O povo da África é trabalhador, criativo e talentoso. Pode desempenhar papel importante e valioso no atendimento das necessidades da humanidade, e contribuir para o seu progresso material e espiritual. A pobreza e as dificuldades em grandes porções da África impedem que isso aconteça. Será que os africanos não têm o direito de perguntar por que sua imensa riqueza --incluindo os minerais-- está sendo saqueada, a despeito do fato de que precisam dela mais do que ninguém?Uma vez mais, ações como essas correspondem aos ensinamentos de Cristo e aos preceitos dos direitos humanos?O bravo e fiel povo do Irã também tem muitas questões e queixas, entre as quais: o golpe de Estado de 1953 e a subseqüente derrubada do governo legítimo daquela era, a oposição à revolução islâmica, a transformação de uma Embaixada em quartel-general de apoio às atividades dos opositores da República Islâmica (muitos milhares de páginas de documentos corroboram essa alegação), o apoio a Saddam na guerra travada contra o Irã, a derrubada de um jato de passageiros iraquiano, o congelamento dos ativos nacionais iranianos, as ameaças cada vez mais violentas, a ira e o desprazer diante do progresso científico e nuclear da nação iraniana (no momento mesmo em que os iranianos estão jubilosos e colaboram com o progresso de seu país), e muitas outras queixas a que não me referirei nesta carta, senhor presidente. Senhor presidente,O 11 de setembro foi um incidente horrendo. A morte de inocentes é deplorável e repugnante em qualquer parte do mundo. Nosso governo imediatamente declarou sua repulsa aos responsáveis, ofereceu condolências às famílias das vítimas, e expressou sua simpatia.Todos os governos têm o dever de proteger as vidas, propriedades e posição de seus cidadãos. O seu governo, ao que sabemos, emprega extensos sistemas de segurança, proteção e informações, e chega até a caçar oponentes no exterior. O 11 de setembro não foi uma operação simples. Será que poderia ter sido planejado e executado sem coordenação com serviços de segurança e inteligência --ou sem que estes sofressem extensa infiltração? É claro que isso é apenas um palpite bem informado. Por que diversos aspectos dos ataques foram mantidos em segredo? Por que não somos informados sobre quem fracassou em cumprir suas responsabilidades? E por que as partes responsáveis e culpadas não foram submetidas a julgamento?Todos os governos têm o dever de prover segurança e paz de espírito aos seus cidadãos. Já há alguns anos, pessoas de seu país e dos países vizinhos aos pontos problemáticos do mundo não têm paz de espírito. Depois do 11 de setembro, em lugar de procurar a cura das feridas emocionais dos sobreviventes e do povo norte-americano --que ficou imensamente traumatizado com os ataques--, parte da mídia ocidental decidiu intensificar o clima de medo e insegurança --alguns veículos falavam constantemente sobre a possibilidade de novos ataques e mantinham as pessoas apavoradas. Isso é um serviço ao povo dos Estados Unidos? Será possível calcular os danos incorridos devido ao medo e ao pânico?Os cidadãos norte-americanos viviam em constante medo de novos ataques que poderiam acontecer a qualquer hora e em qualquer lugar. Sentiam-se inseguros nas ruas, em seus locais de trabalho e em casa. Quem vive feliz nessa situação? Por que a mídia, em lugar de transmitir um sentimento de segurança e de prover paz de espírito, preferia suscitar sentimentos de insegurança?Alguns acreditam que essa histeria da imprensa abriu caminho --e serviu como justificativa-- para o ataque ao Afeganistão. Uma vez mais me parece necessário me referir ao papel da mídia. Nos manuais de imprensa, a disseminação correta de informações e a reportagem honesta de uma história são dogmas estabelecidos. Expresso meu profundo pesar diante do desdém que certos veículos ocidentais de mídia demonstram quanto a esses princípios. O principal pretexto para o ataque ao Iraque era a existência de armas de destruição em massa. Isso foi repetido incessantemente --até que o público, enfim, acreditasse, o que preparou o terreno para um ataque ao Iraque.Será que a verdade não se perderá, em um clima enganoso e forjado? Uma vez mais, se permitirmos que a verdade se perca, como é que isso poderá ser reconciliado com os valores mencionados anteriormente? Será que a verdade, conhecida pelo Todo Poderoso, se perderá igualmente?Sr. presidente,Em países de todo o mundo, os cidadãos bancam as despesas de seus governos de modo que os governos, por sua vez, possam servi-los. A questão aqui é o que as centenas de bilhões de dólares gastos a cada ano para pagar pela campanha no Iraque produziram para os cidadãos?Como Sua Excelência bem sabe, em alguns Estados de seu país as pessoas vivem na pobreza. Há muitos milhares de desabrigados, e o desemprego é um enorme problema. É claro que esses problemas existem, em menor ou maior extensão, também em outros países. Com essas condições em mente, será que as gargantuescas despesas da campanha --pagas pelos cofres públicos-- podem ser explicadas, de maneira consistente com os princípio mencionados anteriormente?O que venho expondo até agora representa algumas das queixas dos povos de todo o mundo, de nossa região e de meu país. Mas minha principal alegação --com a qual espero que o senhor concorde pelo menos em parte-- é que as pessoas que estão no poder têm um mandado de duração específica, e não governam indefinidamente, mas seus nomes serão registrados pela História e passarão por constante julgamento no futuro imediato e no mais distante. Os povos esquadrinharão nossas presidências. Será que conseguimos trazer a paz e a prosperidade ao povo, ou em lugar disso insegurança e desemprego? Pretendíamos estabelecer a justiça, ou apoiamos grupos de interesses especiais e, ao forçar grande número de pessoas a viver na pobreza e dificuldade, tornamos poderosos e ricos a alguns poucos, trocando a aprovação do povo e do Todo Poderoso por a desses privilegiados? Defendemos os direitos das pessoas menos favorecidas ou os ignoramos? Defendemos os direitos de todos os povos do mundo ou impusemos guerras a eles, interferimos ilegalmente em seus assuntos, estabelecemos prisões infernais e encarceramos alguns de seus membros? Trouxemos ao mundo paz e segurança ou suscitamos o espectro de intimidação e ameaça? Contamos a verdade à nossa nação e às demais nações do mundo ou apresentamos uma versão invertida? Estivemos do lado do povo ou do lado dos ocupantes e opressores? Será que nossa administração decidiu promover o comportamento racional, a lógica, a ética, a paz, o cumprimento das obrigações, a justiça, o serviço ao povo, a prosperidade, o progresso e o respeito pela dignidade humana ou a força das armas, a intimidação, a insegurança, o desrespeito pelo povo, retardando o progresso e a excelência de outros países e pisoteando os direitos das pessoas? E, por fim, eles nos julgarão para determinar se nos mantivemos ou não fiéis aos juramentos que fizemos ao assumirmos nossos cargos --servir ao povo, que é a nossa principal tarefa, e às tradições dos profetas. Senhor presidente,Por quanto mais tempo o mundo tolerará essa situação? Para onde essa tendência conduzirá o mundo? Por quanto tempo as pessoas do mundo devem pagar pelas decisões incorretas de alguns governantes? Por quanto mais tempo o espectro da insegurança --gerado pelos estoques de armas de destruição em massa-- atormentará os povos do mundo? Por quanto mais tempo o sangue de homens, mulheres e crianças inocentes será derramado nas ruas, e as casas das pessoas serão demolidas por sobre elas? O senhor está satisfeito com a atual situação do mundo? O senhor acredita que as atuais políticas deveriam ser mantidas? Se os bilhões de dólares gastos em segurança, campanhas militares e movimentos de tropas fossem em lugar disso aplicados em investimento e assistência aos países pobres, promoção da saúde, combate a diferentes doenças, educação e melhora da saúde física e mental, assistência às vítimas de desastres naturais, criação de oportunidades de emprego e produção, projetos de desenvolvimento e combate à pobreza, estabelecimento da paz, mediação entre países envolvidos em conflitos e extinção das chamas dos conflitos étnicos, raciais e de outras ordens que existem no mundo, onde poderíamos estar, hoje? Será que o seu governo e o seu povo não ficariam justificadamente orgulhosos? Será que a posição política e econômica de sua administração não se tornaria ainda mais forte? E, lamento dizer, será que continuaria a existir ódio crescente pelo governo norte-americano? Senhor presidente, minha intenção não é perturbar ninguém.Se os profetas Abraão, Isaac, Jacó, Ismael, José ou Jesus Cristo estivessem conosco hoje, de que maneira julgariam esse tipo de comportamento? Será que teremos um papel a desempenhar no mundo prometido, no qual a justiça será universal e Jesus Cristo estará presente? Será que eles nos aceitariam?Minha questão básica é esta: Não há uma maneira melhor de interagir com o resto do mundo? Hoje existem centenas de milhões de cristãos, centenas de milhões de muçulmanos, e milhões de pessoas que seguem os ensinamentos de Moisés. Todas as religiões divinas compartilham e respeitam da palavra, ou seja, o monoteísmo ou crença em um único Deus. O sagrado Corão enfatiza essa comunhão e conclama todos os seguidores das religiões divinas, afirmando: [3:64] "Ó, seguidores do Livro! Venham a um mundo justo entre nós e vocês, no qual cultuamos apenas a Alá e não tomaremos por Senhor qualquer outro que não Alá. E caso, eles nos voltem as costas, diremos: prestai testemunho de que somos muçulmanos" (A família de Imram). Senhor presidente,De acordo com os versos divinos, fomos todos conclamados a seguir um Deus e a respeitar os ensinamentos dos profetas divinos. Servir a um Deus acima de todos os poderes do mundo e que pode fazer tudo que Lhe aprouver. O Deus que conhece aquilo que é oculto e que é visível, o passado e o futuro, sabe o que transcorre no coração de Seus servos e registra seus feitos. O Senhor que domina os céus, e a terra e o universo são sua corte, e o planejamento do universo é feito por Suas mãos, e transmite aos Seus fiéis a feliz notícia da misericórdia e perdão dos pecados. Ele é o companheiro dos oprimidos e o inimigo dos opressores. O compassivo e misericordioso. O recurso dos fiéis, aquEle que os guia das trevas para a luz. Ele é testemunha da ação de seus fiéis, Ele conclama os servos a serem fiéis e a agirem bem, e pede que se mantenham no caminho da retidão, e que se mantenham inabaláveis. Ele pede aos seus servos que ouçam Seus profetas, e é testemunha de seus feitos. Um mau final caberá àqueles que escolheram a vida deste mundo e O desobedeçam, oprimindo Seus servidores. E um bom e eterno paraíso caberá àqueles que temem sua majestade e não seguem suas inclinações lascivas. Acreditamos que um retorno aos ensinamentos dos divinos profetas é o único caminho que pode conduzir à salvação. Fui informado de que Sua Excelência segue os ensinamentos de Jesus, e acredita na divina promessa do governo dos bons sobre a Terra. Também nós acreditamos que Jesus era um dos grandes profetas do Todo-Poderoso. Ele é elogiado repetidas vezes no Corão. Jesus também foi citado no Corão --"E decerto Alá é meu Senhor e seu Senhor, portanto sirva-o. Este é o caminho correto, Marium". Serviço e obediência ao Todo-Poderoso é o credo de todos os mensageiros divinos. O Deus de todos os povos na Europa, África, Ásia, África, Pacífico e no resto do mundo é um só. É o Todo-Poderoso que deseja nos guiar e oferecer dignidade a todos os Seus servos. Ele deu dignidade aos seres humanos. Uma vez mais mencionamos o Livro Santo: Deus Todo-Poderoso enviou seus profetas com milagres e sinais claros que orientam as pessoas e lhes exibem sinais divinos e pureza ante seus pecados e maus feitos. E Ele enviou o Livro e a balança para que o povo exiba justiça e evite rebeliões. Todos os versos acima podem ser lidos, de uma forma ou de outra, também no Bom Livro. Os divinos profetas prometeram que chegará o dia em que todos os seres humanos se congregarão diante do Todo-Poderoso, para que seus feitos sejam examinados. Os bons serão encaminhados ao paraíso, e os maus sofrerão a divina retribuição. Confio em que nós acreditamos em um dia como esse, mas não será fácil calcular as ações dos governantes, porque devemos responder às nossas nações e a todos aqueles cujas vidas são direta ou indiretamente afetadas por nossas ações. Todos os profetas falam de paz e tranqüilidade para o homem --baseada no monoteísmo, justiça e respeito pela dignidade humana. O senhor não acredita que, caso venhamos todos a acreditar em e acatar esses princípios --ou seja, o monoteísmo, o culto a Deus, o respeito à dignidade do homem, a crença no Juízo Final--, podemos superar os presentes problemas do mundo --que resultam da desobediência ao Todo-Poderoso e aos ensinamentos dos profetas-- e melhorar nosso desempenho?O senhor não acredita que a crença nesses princípios promove e garante a paz, amizade e justiça?O senhor não acredita que os princípios citados, escritos e não escritos, são universalmente respeitados?O senhor não aceitará este convite? Ou seja, de um retorno genuíno aos ensinamentos dos profetas, ao monoteísmo e à justiça, para preservar a dignidade humana e a obediência ao Todo-Poderoso e seus profetas?Senhor presidente, a história nos ensina que governos repressivos e cruéis não sobrevivem. Deus confiou-lhes o destino do homem. O Todo-Poderoso não deixou o universo e a humanidade entregues aos seus recursos. Muitas coisas acontecem em contraposição aos desejos e planos dos governos. Isso nos diz que existe um poder maior em operação, e que todos os acontecimentos são determinados por Ele. Será que se pode negar os sinais de mudança no mundo, hoje? A situação atual do mundo pode ser comparada à de 10 anos atrás? As mudanças acontecem em ritmo veloz e furioso. Os povos do mundo não estão satisfeitos com a situação atual, e prestam pouca atenção às promessas e comentários feitos por diversos líderes mundiais influentes. Muitas pessoas no mundo se sentem inseguras e se opõem à difusão da insegurança e da guerra, e não aprovam ou aceitam políticas dúbias. As pessoas protestam contra a crescente disparidade entre os favorecidos e os excluídos e os países ricos e pobres. As pessoas estão desgostosas com a crescente corrupção.As pessoas de muitos vezes estão zangadas com os ataques contra suas fundações culturais e a desintegração das famílias. Estão igualmente decepcionadas com a compaixão e a caridade cada vez menores. As pessoas do mundo não têm fé nas organizações internacionais, porque seus direitos não são defendidos por essas organizações. O liberalismo e a democracia ao estilo ocidental não foram capazes de nos ajudar a realizar os ideais da humanidade. Hoje, esses dois conceitos fracassaram. As pessoas mais perceptivas já distinguem o som da fratura e queda da ideologia e dos pensamentos dos sistemas democráticos liberais.Cada vez mais vemos os povos do mundo se dirigindo a um ponto focal --Deus Todo-Poderoso. Sem dúvida, por meio da fé em Deus e no ensinamento dos profetas, as pessoas resolverão seus problemas. Minha questão para o senhor é: o senhor não quer se juntar a elas?Senhor presidente, Quer gostemos, quer não, o mundo está gravitando em direção à fé no Todo-Poderoso e a justiça e a vontade de Alá prevalecerão sobre todas as coisas.